Páginas

29 de dezembro de 2010

Coragem para mudar é a grande prerrogativa dos arianos neste ano de 2011.

...muito espaço para o novo e para surpresas...

...a palavra-chave aqui é "liberdade"...

...necessidade de economizar a própria energia vital...

E assim eu "vou mostrando como sou e vou sendo como posso! ogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos... E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto e passo aos olhos nus, ou vestidos de lunetas. Passado, presente, participo, sendo o mistério do planeta".
... Convém compreender que muitas vezes brigas e competições são inevitáveis, mas a forma como brigamos é que faz toda a diferença! Se você mantiver a calma e o autocontrole, conseguirá lutar qualquer luta com o máximo de racionalidade que puder. Mas isso tem que ser cultivado, pois a tendência natural é que você também parta pro ataque. Vale então refletir a respeito das outras alternativas de como proceder num conflito inevitável. Manter a frieza é quase sempre a melhor saída.

22 de dezembro de 2010

Jornalismo

21 de dezembro de 2010

Musicão!

20 de dezembro de 2010

Tô veia, chata e coroca, sem paciência NENHUMA pra gente chata, intrometida e que não tem um tiquinho de simancol. Arf.

E a paciência fica ainda mais curta quando se tem um filho como Juan de férias em outra cidade e a casa fica vazia e perde um bocado de sentido.

Merda.

16 de dezembro de 2010

Valores

A gente cresce e vai descobrindo mais claramente que não pode nem deve criar expectativas demais em torno das pessoas, sobretudo as que são mais próximas e que mais amamos. Mas vira e mexe acontece de vc se pegar decepcionado com alguém. É natural. O que não acho natural é se martirizar por isso. Hoje vejo que o melhor é dar um tempo pra que a poeira abaixe, que o sentimento se acalme e vc simplesmente siga em frente, sem precisar tirar aquela pessoa da sua vida, apenas relocando-a de lugar. Simples assim.

Claro que não tão simples se o grau de amizade é grande, se o amor é latente e por aí vai. Mas também não precisa complicar tanto! Acho que dar-se tempo para saber seus limites é o essencial. Nesse e em todos os outros casos da vida.

E também tem aquele lance: chega um momento que a gente se cansa de quem tem mais discurso que atitude. De quem prega uma coisa e faz outra ou de quem age com os outros, diferente de como quer que os outros ajam consigo. Cansa. Isso cansa mesmo... E quando se trata de alguém que vc ama muito, vc até insiste em ter paciência pra escutar e entender... Afinal, vc deseja o crescimento dessa pessoa, deseja que ela se encontre, tanto quanto vc própria deseja se encontrar.

Mas o tempo não pára. O mundo não vai dar um tempo só porque vc precisa descer pra vomitar.

Amigos, para mim, existem pra isso. Quando vc grita que cansou ele vai lá e te dá força e vc espera o mesmo dele e depois de um tempo, quando isso acontece naturalmente, nada precisa ser pensado demais, simplesmente acontece. A amizade permite que o amor, esse truque, seja exercitado de uma forma diferente do amor romântico, com duas vezes mais truques do que cabe, de fato. Então sempre haverá um amigo pra te acompanhar na hora desse vômito estrutural e ele certamente vai fazer isso com prazer, mesmo reclamando de ter sido respingado.

Amizade e respeito são valores culturais? Claro que sim. Mas vão além disso. E quem não consegue se enxergar além do primitivo, precisa de uns óculos. “Eu quero a esperança de óculos”, cantava Elis. É bem por aí. Eu quero a minha com lentes grossas, pra perto e pra longe e estarei sempre pronta pra dar uma escapulida e vomitar com meus amigos. Exceto quando qualquer um deles tenha apenas a intenção de vomitar por vomitar, na minha cara. Aí é tchau e benção, como se diz sabiamente aqui na Bahia...

14 de dezembro de 2010

tsc...

Fim de tarde, céu cinza com nuvens de chuva. Saudades de coisas que ainda não vivi e saudade também de não ser só uma...

Tento escrever essas coisas, mas sinto apenas uma frieza estranha se apoderar de mim. Como se não restasse nada..

É muito dificil voltar a ser assim, tão vazia. Tão vazia quanto antes de acreditar que era possivel amar também...

Me sinto carente de mim mesma, de tudo aquilo que eu sentia. Grande ano, 2010. Muitas coisas boas pra lembrar, mas... esse vazio, coração frio... que saudade imensa de sentir.

...

13 de dezembro de 2010

Abaixo os rotulos!

Não é a primeira vez que alguém me classifica como uma workaholic. também não será a última em que me desclassifico como tal. Sim, eu gosto de trabalhar, mas a carreira não está em primeiro lugar na minha vida e nos meus planos. E sim, também estou querendo afirmar isso pra mim mesma.

É complicado desmistificar-se como tal quando as aparências mostram tanto o contrário disso. Eu gostaria de ser uma dona de casa que escreve em meio período e faz arte e exercita a maternidade no outro. Alguém que viaja sempre, que deita no sofá de pernas pro ar tranquilona no meio do dia e que relaxa nos finais de semana esperando a segunda-feira chegar... E engraçado foi perceber que dentro deste conceito também há uma Isa Lorena classificada: longe daqui, acho que algumas pessoas conseguem ver um pouco disso aí que acabei de descrever. O que me faz analisar e concluir que não existe nem uma nem outra – e nem essa daqui: Existe uma pessoa sendo. Não alguém que é e ponto. Portanto eu sou – no exercício diário de ser – workaholic, dona de casa, produtora, jornalista, mãe e mulher. Não necessariamente nessa ordem e dentro de uma convergência tão dinâmica que seria tarefa muito árdua explicar. E ainda tenho tempo para brincar de ser poeta, escritora, artista plástica e tudo mais que dê pra encaixar.

Fico cansada com tantos rótulos. Mas pensar-se neles – ou a partir deles – eu acho fundamental. Justamente para livrar-se dos mesmos. È como saber brincar com as palavras: é preciso antes entender sua grafia padrão para depois distorcê-la. E veja que isso também não pode ser tomado como regra fixa, visto que há no meio da massa, ingredientes suficientes que permitem à oralidade – e à própria grafia – neologismos variados, que não dependem (nada) disso.

Enfim. O que eu queria dizer mesmo – pra mim, sobretudo – é que eu não sou viciada em trabalho. Eu sou viciada em criar. Não gosto mesmo do ócio e tenho certa dificuldade ainda pra relaxar, mas nada que o tempo não venha lapidando, junto a outras coisinhas que me disponho a cobrar de mim mesma, a fim de tratar melhor a pessoa que mais amo nesse mundo, que sou eu mesma. (engraçado quando debato essa questão com Juan e gostoso quando vejo quando ele absorve e se diverte com sua própria auto-estima também).

O fato é que eu nunca gostei de ser classificada. Inda mais quando quem diz está tão perto e parece conhecer tanto da gente. Mas isso já faz parte de uma outra questão, onde criamos a expectativa de que as pessoas que amamos nos conheçam como queremos e não como mostramos e patati, patata... Papo portanto pra outro dia, quem sabe!

9 de dezembro de 2010

Tem conto novo...

... Delicioso. Na Outra Casa. Sente só...

7 de dezembro de 2010

As vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois...

29 de novembro de 2010

Tudo vale a pena.

Muitas vezes nos limitamos indevidamente, achando que nossas opções são restritas, quando estamos redondamente enganados, ignorando a extensão de nossas reais possibilidades. Enfiamos na cabeça que queremos uma coisa, mas não nos damos conta de que há outras tantas muito melhores ao redor. 

A vida é muito mais ampla do que podemos perceber. E cada acontecimeto é de fato uma lição que nem sempre possbilitamos a apreensão no momento exato de sua execução. 

A sabedoria está, portanto, na busca e na descoberta constante sobre nós mesmos. 

Sinto-me orgulhosa de mim mesma. de ter sido capaz de ter descoberto em mim tantas coisas que não sabia que existiam. Não me arrependo de nada que fiz e agora, só preciso continuar a lutar contra os meus proprios fantasmas, porque NINGUÉM decide sobre os passos que evitamos. 

Um beijo enorme para mim! Um beijo enorme para a vida!


26 de novembro de 2010

Você sempre volta com as mesmas notícias....

"Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê"

23 de novembro de 2010

Bem ou mal - Vânia Abreu

Pode ser que seja normal
Acordar querendo te ver
Pode ser que seja fatal
Para mim, ficar sem você
Pode ser que o amor seja assim
E o remédio seja esperar
Pode ser que eu ria de mim
Quando tudo isso acabar
Antes que eu sinta mais saudades de você
Quem sabe a gente não se encontra pela rua
Ainda é cedo e tudo pode acontecer
A chance é toda sua
Pode ser seu jeito de olhar
Um sorriso basta pra mim
Faz o mundo inteiro parar
Faz o coração dizer sim
Pode ser que eu queira demais
E você nem queira saber
Pode ser que seja fugaz
Mas eu quero estar com você
Eu visto a roupa mais bonita pra te ver
Quem sabe a gente não se encontra pela rua
A noite cai e tudo pode acontecer
Debaixo dessa lua
Bem ou mal
Tudo se mistura, tudo é natural
Prazer e tortura juntos, bem ou mal
Se você quer calma, eu quero um temporal
De amor e prazer

"...como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.”

Difícil mesmo é não ouvir mais a sua voz, acordar com um bom dia e não poder ligar para dividir palavras novas.

Difícil é ver o tempo passar e o amor descer corredeira abaixo, deixando fios de lembranças, tantos planos..

Difícil entender que, caso fosse diferente, eu talvez não estaria. Que nada aconteceu por acaso, que fomos ambos vítimas e algozes dos nossos sonhos e quereres, da nossa própria covardia.

Difícil mesmo é lidar com essa solidão, esse vazio, que antes não havia. Ver-se sozinha novamente, mas de um jeito tão diferente e tão estranho...

"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil".

Clarice Lispector

22 de novembro de 2010

"Me desperdiço, me dôo, me comovo, me arrebento de existir."

O título é do Carpinejar. o sentimento é todo meu. rs

Gente... minha casa fica cada dia mais linda. E quando os amigos a povoam, nem se fala. Quem chega faz fotos de cada cantinho e eu me inflo toda, of course.

Vou postar umas coisinhas depois, como quem não quer nada... rs

Agora dá um saque nesse texto, que beleza.

O Amor e Suas Letras

O que é o amor? A filosofia o define como uma das paixões da alma ou do ser, lado a lado com o ódio e a ignorância. Mas o amor sequer existiria, se dele não falássemos, argumenta o literato (La Rochefoucauld). E o que diz a psicanálise? “A transferência é o amor”, resume Lacan, com algumas décadas de distância, uma das descobertas primeiras da psicanálise: o amor de transferência. Este, segundo Freud, em nada difere do amor que ao mesmo tempo une e separa os seres falantes onde quer que estejam.

Eros, um dos nomes do amor na mitologia grega, passa a fazer parte do vocabulário psicanalítico como sinônimo da pulsão de vida, cuja tarefa é “amansar a pulsão de destruição”, desordenar o seu caminho silencioso em direção à morte. Para Freud, o amálgama vida/morte e seus efeitos de amor/ódio subjazem a todos os fenômenos que se dizem humanos.

Não existissem os impasses do amor, não existiria a psicanálise. Freud ensina que o amor ou é narcísico ou é edipiano. O primeiro não é senão amor pela própria imagem, lugar no Outro onde me vejo amável. Em contrapartida, o amor edipiano é necessariamente um amor a três. Nele, o terceiro excluído é condição sine qua non. E o ser amado, inevitavelmente um substituto. Fala-se, por isso, de erro de pessoa, pois, no fim do baile, ao apagar das luzes e ao cair das máscaras… não era ele, tampouco era ela.

Freud denomina Mannlich Typus, amor do tipo masculino, aquele em que ocorrem a idealização do objeto e a sublimação da pulsão. Lacan o aproxima das manifestações de amor que tem lugar na França, no decurso da Idade Média: o fin’amors e o amor cortês. Amor de cancioneiros e poetas, ele acaba por criar a Dama cuja perfeição a torna inacessível. É a Beatriz de Dante cujo bater de pálpebras moveria o mundo, nos versos daquele que a criou.

Freud enumera ainda as antíteses do ato de amar: a indiferença, o ódio, mas também a posição passiva daquele que demanda apenas ser amado. No Seminário, livro 8, Lacan nomeia a transferência de “milagre do amor”. Ao cotejar o texto freudiano com O Banquete de Platão, ele assim conclui: o milagre é a transformação de érômenos em érastès, isto é, a passagem da posição de amado e desejável à posição de amante e desejante.

Como o amor é propício aos aforismos, Lacan propõe alguns em seu seminário sobre a angústia. Ele aí afirma, por exemplo, que “somente o amor permite ao gozo condescender ao desejo.” (Lacan 1963/2005: 197). O amor pode vir a se alojar na hiância que separa o desejo e o gozo, tornando então possível gozar e desejar com o mesmo objeto. Sim, porque Lacan também descobre nas mulheres o mesmo desdobramento da vida amorosa que Freud descobrira nos homens: de um lado, o parceiro do desejo, do outro, o parceiro do amor. A pequena diferença está no fato de que, enquanto os homens amam de forma fetichista, as mulheres o fazem erotomaniacamente. Elas amam no homem sua relação com o saber, ou seja, o inconsciente. Um homem, porém, ama numa mulher o que lhe falta, e por isso fantasia um masoquismo feminino. Num fim da análise, há então alguma diferença.

Mas há também os casos em que falamos de um possível curto circuito terapêutico da análise por meio do amor. Pois o lugar do analista não é propriamente o do amor, e sim o de um desejo advertido. Advertido, inclusive, das armadilhas do amor. Sua aposta, com Lacan é a produção de um amor inédito, sem cegueira ou servidão.

“O amor demanda o amor. Ele não deixa de demandá-lo. Ele o demanda…mais…ainda.” Eis como Lacan dá a partida ao Seminário, livro 20. Se já observara que o discurso analítico é o que sempre emerge no giro de um a outro discurso, ele agora o confirma, asseverando que “o amor é signo de que mudamos de discurso.” No discurso analítico só se fala de amor. Fala-se de seus obstáculos, fracassos e rateios. Eventualmente, de seu êxito. É que o amor pode fazer suplência à relação sexual que não existe. A proporção sexual que não se inscreve inconscientemente, conseqüentemente não se escreve. Em contrapartida, “a única coisa séria a ser feita é a letra/carta de amor”. (Lacan 1972/1985)

Será que, então, a letra de amor faz série? O amor se escreve em cartas, poesias, romances e canções. Quem nunca recebeu ou enviou um bilhete de amor? Um pequeno gesto? Um sinal de amor? Vinícius, nosso poetinha – como o chamávamos carinhosamente – não desconheceu em seus versos que existe o fim do amor, o que não o impediu de desejá-lo “eterno, enquanto dure”. Tom versava e dedilhava incansavelmente o quanto “é impossível ser feliz sozinho”. Paulinho, viola sob o braço, canta que “só um novo amor pode apagar” as marcas de desencanto de outro amor.

Saberemos nós, psicanalistas, tomar o amor ao pé da letra? Desfazer os nós da transferência? Conduzir analisandos da demanda de amor à pulsão? Saberemos trabalhar com a letra?

(Vera Pollo - autora de - entre demais publicações - "Mulheres Histéricas" (Ed. Contra Capa) e professora da Universidade Veiga de Almeida.

Tempo de silêncio e solidão

Qualquer coisa que eu diga parece insuficiente. E para o todo, a suficiência também está perdida. Ou seja, Claudinha, eu também não sei dizer..

O momento é de ouro.
Aprender a amar o amor romântico, ver-se dentro dele, ainda que perdida, é uma coisa, no minimo, interessante. Os diálogos sao muitos. Isa e Lorena debatem o tempo inteiro, resolvendo o que fazer.

Mas a verdade, a mais pura verdade, é que eis agora um tempo novo para mim. Tempo de silêncio e solidão.
Nada de solidão de deixar os amigos de lado, as pessoas que se ama, nada disso. Mas é um tempo único, de quietude, de não dizer mais nada, de deixar a poeira baixar e... acompanhar o tempo, este senhor tão bonito.

Não há mais certezas de nada. Mas alimentar dúvidas também não é uma coisa legal nesse tempo.
Então, fica só a vontade de cair num abraço, naquele abraço.. de novo, um dia...

18 de novembro de 2010

Tempo tempo tempo tempo...

O fim. É difícil mesmo dimensionar-se dentro dessa palavra. Sobretudo quando a cabeça e o coração não concordam entre si sobre isso. Um grita um querer, o outro formula medidas. E entre os limites de mim mesma, estou eu, sozinha, perdida ainda.

O tempo de luto é coisa séria, não se pode subestimar. Estipular um prazo seu, ainda mais importante. Porque dor de amor se deixar, dura anos... e ferida que não seca, dói demais em hora imprópria. E de mais a mais, ninguém com tanto projeto como eu tem tempo pra ficar sofrendo, né... Então chegou a hora de deixar que as lágrimas escorram, de misturá-las debaixo do chuveiro, até que alma esteja limpa e aos poucos se seque, quarada de sol do verão que está por vir.

O negocio é não ficar introspectiva a ponto de se atrapalhar, de afogar-se em si. E nem mentir, fingir pra si mesma.

Aí o Personare diz: "...Trata-se de um aviso para que você possa gozar melhor os prazeres da vida, permitindo-se situações e encontros que lhe proporcionem felicidade. Você merece, após tantas coisas, passar por uma fase de satisfação do ego. Divirta-se! Procure, neste momento, afastar-se voluntariamente das coisas e pessoas que lhe causam desprazer. Estimule tudo o que lhe parecer satisfatório, principalmente no que diz respeito à satisfação dos sentidos: as coisas belas, gostosas, estimulantes".

É isso.
Hora de morfar. De deixar nascer um novo ciclo. Dolorido, doloroso... Mas sempre em frente, porque não há tempo a perder.
 
 

17 de novembro de 2010

E afinal para que amar...

Sabes Mentir
Djavan


Sabes mentir
Hoje eu sei que tu sabes sentir
Um falso amor
Abrigaste em meu coração

Sempre a iludir
Tu falavas com tanto ardor
Dessa paixão
Que dizias sentir

Mas tudo agora acabou
Para mim terminou a ilusão
Hoje esse amor já findou
E afinal para que amar

Sempre a iludir
Tu beijavas com afeição
Sempre a fingir
Uma falsa emoção

Sabes mentir
Hoje eu sei que tu sabes sentir
Um falso amor
Abrigaste em meu coração

Sempre a iludir
Tu falavas com tanto ardor
Dessa paixão
Que dizias sentir

Mas tudo agora acabou
Para mim terminou a ilusão
Hoje esse amor já findou
E afinal para que amar

Sempre a iludir
Tu beijavas com afeição
Sempre a fingir
Uma falsa emoção

11 de novembro de 2010

Vazia..

"Certamente, não há nada de ti,
sobre este horizonte,
desde que ficastes ausente.
Mas é isso o que me mata:
sentir que estás não sei onde,
mas sempre na minha frente"
Cecília Meireles

Mil poemas se encaixam e eu, desencaixada de mim, vago no absoluto vazio que deixaste. Já não me reconheço: antes altiva e viva, sou agora essa cara triste, esse corpo murcho, esse olhar tão vago quanto o próprio tempo que sem vc, demora tanto a passar. Dias parecem semanas e o seu silêncio inexplicável segue corroendo e deixando escorrer entre lágrimas furtivas, o rasgar dessa solidão.

Se eu não quero regressar a vida? Ora pois, mas claro que sim! Mas “só depois que essa saudade se afastar de mim... só depois que essa saudade se afastar de mim”...
Tô perdido por alguém, não consigo ver nada além...

10 de novembro de 2010

Será que se morre de saudade???

Caramba... mil coisas passando na cabeça, mil coisas acontecendo e aqui do ladinho da cabeça, só dá ele.

Puta merda, que fiz eu pra merecer isso poxa? tsc... 
Meu coração está tão fraquinho e eu não sei mais pensar direito sobre nada. Parece que tudo está embaçado e minha visão anda turva, tão turva ultimamente... Os sinais não me parecem claros. Eu não fui mais embora, mas onde está vc agora? A distancia continua além da estrada, te sinto longe ou quase nada... A nossa música nunca mais tocou...
...Quanto ao que dizem de vc, não se preocupe: basta que os mais importantes te conheçam, nada mais.  Digo isso de cadeirinha... convivo e lido com tantas pessoas no dia a dia e quase 100% delas me vêem de uma foram as vezes até engraçada. Sou para os desconhecidos como uma rocha inquebrantável... (essa palavra existe?) enfim.

"Vamos viver tudo que há pra viver" nessa porra. Não exatamente naquela filosofia a la zeca pagodinho de deixar a vida nos levar simplesmente. façamos dela um palco aberto, tão somente. sejamos protagonistas de nossas próprias vidas, sem esquecer que o mundo não gira em volta do nosso umbigo. Repare só no céu de hoje: ele nunca mais será o mesmo. a posição das nuvens nunca mais será a mesma e o seu olhar muito menos..

9 de novembro de 2010

Lá vai a tempestade..

A gente aprende a amar aos poucos e todo tempo é válido para apreender um pouco mais do outro. Acreditar que é possível. Encarar o que sente. Não desistir.

São diárias as lições. As conciliações dos problemas, o respeito aos espaços seu e do outro. Não é fácil. Mas quem disse que seria mais gostoso se fácil fosse?

Eis que chega a calmaria, Depois dos Temporais. Eis que da filosofia, nascem os exercícios. Eis que do espanto, nasce a poesia.

Eias que chega o tempo de acordar, de despertar para o verdadeiro amor.

4 de novembro de 2010

Para ele.

"A distãncia diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes. Assim como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras"

Vai minha tristeza...

Ontem foi o dia do aniversário de Juan. O dia em que completou 9 anos nesta vida, um novo ciclo, novas possibilidades, enfim. Mas como as coisas não têm dia certo e hora marcada para acontecer, ontem também foi um dia triste para mim, uma ambigüidade que só deixou que a felicidade prevalecesse mais lá pra o finzinho do dia, e como bons boêmios que somos, comemoramos sua data festiva até quase madrugada, com muita música e bolo de chocolate.

“Deixar você ir não vai ser bom, não vai ser”, canta minha consciência. Mas eu já deixei. Eu já me despedi. E agora ele faz o papel dele, de vítima de meu impulso. Na verdade eu não fui tão impulsiva, ou quase nada. Pensei bastante antes de fazer e fiz. Mas nunca, nunca imaginei que fosse doer tanto... Nunca imaginei que esse vazio pudesse se apoderar de mim, embaçando minha razão... Mas aconteceu.

Agora, é deixar que o tempo de luto se acabe por si só. E tentar não alimenta-lo, apenas. Deixar que essa tristeza se dissipe e aprender com ela. Tudo muito fácil de falar e só, claro. Mas saber já é metade do caminho...

Quanto a Juan, ontem, mais uma vez, sua presença pontuou a diferença em minha vida. E ele fez umas descobertas ótimas sobre si mesmo. Apresentou um trabalho na escola, de microfone em punho e tudo! E começou a se prometer a parar de roer as unhas...

Viver cada dia. Um dia de cada vez. E esperar o sol se abrir novamente...
Tomara que não demore.

3 de novembro de 2010

"Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito"
Nunca pensei que pudesse doer tanto..

1 de novembro de 2010

"Te ver e não te querer, é improvável, impossivel... Te ter e ter que esquecer: é insuportável a dor, incrível..."

26 de outubro de 2010

Pouco a pouco, passo a passo...

"Existem momentos da vida em que somos desafiados a perder cascas, a compreender a importância de caminhar, deixando paisagens para trás. Ainda que isso doa, uma vez que nosso ego se estrutura a partir de apegos e identificações, é a compreensão meditativa de que tudo passa que lhe permitirá seguir caminhando e, enfim, abrir-se ao novo que belamente se introduz em sua vida, pouco a pouco, passo a passo, até que você apareça com a alma totalmente renovada".

O personare como sempre, na sintonia com os meus acontecimentos. Aqui em Lençóis o tempo é outro e ontem eu percebi que se não me centrar no meu próprio tempo, posso me perder mais ainda dentro de mim mesma. São muitas coisas a fazer, dois trabalhos pra conciliar, Juan, o tempo dele, a vontade de conhecer os lugares todos, ver casarões, sentir os rios... então, mais uma vez, a disciplina renovando-se, o seu conceito e a sua aplicação efetiva para o caminhar propício das ações.

Pois é.

No mais, uma saudade pontuada pela lua cheia, cadeira de madeira sentada no quintal, novas ideias, novos desejos e muitas renovações... Tentando tirar de mim o que não me serve mais, medos, dúvidas... Medo de perder coisas que eu mesma quero deixar... e desapegar-se não é fácil. 

25 de outubro de 2010

1º email de Juan


 

abre aspas:
o  mãezinha desculpa  pelo negocio da escola ta  bom

24 de outubro de 2010

Acordar em Lençóis... Olhar pela janela e ver(des) possibilidades...

21 de outubro de 2010

Sereníssima

Essa viagem será de grande importância pra mim. Primeiro, pelo que a Chapada representa em minha vida, a possibilidade de conhecer Lençóis, suas ruas e casarões, respirar passado e história, coisas de que muito gosto. Depois, pela possibilidade de estar lá para iniciar um trabalho que certamente renderá bons frutos. Sinto o cheiro de boas novidades... E em terceiro lugar e não menos importante, pelo fato de que longe da ascom e das cotidianidades, poderei estar mais perto da natureza e de mim mesma, para buscar algumas respostas que ainda me fogem...

(Muitas vezes nem são as respostas que fogem de nós. Na verdade, nós geralmente é que fazemos as perguntas erradas, sabe? Pois é...)

Às vezes cometemos erros terríveis na vida, agindo com o outro exatamente da maneira como sempre condenamos que agissem conosco. Acontece. Somos humanos... Por isso mesmo somos capazes de errar e depois olhar para nossos erros, destrincha-los e encontrar seus porquês. Isso é fundamental para que cresçamos sendo justos e saudáveis nas nossas escolhas. E é isso que quero agora, encarar meus erros...

20 de outubro de 2010

Adorei As cariocas, a nova série da Globo. Agora é não esquecer de assistir todas as terças né, como é bem de praxe meu.

Dia de chuva, de céu cinza e de grandes reflexões.
Acordei desejando imensamente que todos fiquemos bem. Todos nós..

19 de outubro de 2010

Preciso traçar um perfil de tudo que ando fazendo errado. A meneira como me mostro para o mundo, como lido com as coisas que me atingem direta e indiretamente, o que me aflinge, o que me deixa ansiosa, o que me faz agir impulsivamente... tantas coisas... e o tempo não pára, com ou sem agudos.

Ah vida... quantas coisas a descobrir ainda! Putaquepariu...

15 de outubro de 2010

Há sentimentos indecifráveis caminhando dentro de mim. Há questionamentos dos mais variados sobre quem sou e o que quero ser na perspectiva do Outro e de mim mesma; Há dúvidas sobre o que estou fazendo dentro de um relacionamento que não pára de crescer desordenadamente e que ao mesmo tempo se transforma, a partir de limites impostos, geográficos ou não...

14 de outubro de 2010

Entre aspas

E a vida... e a vida, o que é?
Diga lá, meu irmão!

13 de outubro de 2010

Estava à toa na vida...

Pequena reflexão escrita durante a viagem desta manhã, enquanto os olhos se preenchiam com a vida verde e flutuante que passava na janela:

1. Já que o amor insiste em nascer, além da paixão, faço dele então objeto de estudo. Observo, analiso e me espanto. E para mim, em concordância com o Gullar, a poesia nasce sempre do espanto.

2. Se te chamo, portanto, pra ver a Banda passar e você não vem, não posso furtar-me de vê-la sozinha... Certamente correrei pra te contar depois o que dela apreendi. Mas se, no entanto, também da passagem não quiseres saber, resta-me apenas buscar outros ouvintes...

Entretanto, a vontade maior e latente - é bom e necessário que o saiba – é de ver a Banda passar contigo, ambos admirados, degustando as cores e os sons junto à meninada que também se anima para ouvir as coisas de amor que a banda canta (particularmente) para cada um de nós.

E 3. nós sempre estamos onde devemos estar. Porque para cada instante vivido, há uma construção de sentidos, estradas que perpassam contextos. Então, colecionemos instantes!

Enfim: Tudo isso num pedaço de papel, em letras turvas, que se jogavam da caneta num devaneio descarado, enquanto eu via da janela “a vida correndo parada”, como canta o Djavan...

10 de outubro de 2010

...

Acordou sentindo um abraço... despertou e pensou em como gostaria de estar errada, de ouvir uma palavra de amor, um beijo, que resignificasse tudo... mas o dia passou e só havia silêncio... desejou então que estivesse melhor, apenas e seguiu caminhando através do silêncio... Um amor assim, delicado...

8 de outubro de 2010

Revelar-se

Eu sou uma dama de copas. Uma mulher que bebe vinhos à meia-noite e à meia-lua, flutua dentro de si mesma. Eu sou a própria lua flutuante tantas vezes... e noutras, sou um poço fundo à procura de baldes- e procuras - que o signifique.

Meu corpo está vivo e essa nem é uma certeza, veja bem... Tudo está povoado de dúvidas e isso é lindo. Crescer e multiplicar idéias, querer sempre mais, sempre menos. Buscar sempre medidas, antes ou depois dos atos. depende dos signos, dos contextos, das considerações...

Buscar sentidos.

Eu sou aquela que dança, aquela que apreendeu o discurso de Smetack e também não vê no fim da fala o início do silêncio. Uma boêmia de alma, de coração.

E para todo silêncio, um grito antes. Um grito dos galos que tecem amanhã de João Cabral de Mello Neto. Um grito unissono, que sai de segundo em segundo, de dentro de mim.

6 de outubro de 2010

Se joga na breguice, berenice!

Como uma deusaaaaaaaaaa, vc me mantêmmmm.. e as coisas que vc me diz, me levam aléééééééémmmmmm

5 de outubro de 2010

Marina,... você se pintou?

Marina, morena Marina, você se pintou diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o grito da Terra e o grito dos pobres, como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as famiglias que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. Azul tucano. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a vitória da Marina. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
Marina, você faça tudo, mas faça o favor: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você tanto faz. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele.
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu.



Maurício Abdalla
Professor de filosofia da UFES

4 de outubro de 2010

Pequeno adendo de paz para uma segunda-feira...

13h. ficar esse horário sozinha no trabalho é uma das coisas que mais gosto. Esse silêncio só meu, essa paz... eu gosto de trabalhar sozinha... claro que não o tempo inteiro e não estou cá a desejar só isso na minha vidinha. Mas é bom. Esse momento solene da Secretaria, ninguém me perguntando nada, querendo opinião, tecendo assuntos muitas vezes desagradáveis... no decorrer do dia, quando quero ficar mais comigo, boto o fone do ouvido e ligo um som pra desligar do resto. Não do todo que nem dá... mas fica eu e o Chico ou a Maria, ou qualquer outro de momento... ou eu e os sons das coisas que falam, como a buzina lá de fora, os teclados e o ar condicionado...

28 de setembro de 2010

Poetizar-se

Não quis mais esperar e partiu.
Numa noite ainda fria
quando chegava a primavera,
ele partia.
Passou noites insones a pensar na melhor forma de ir
E se foi decidido de que jamais regressaria.

Imaginou fronteiras de versos
Pensou em luzes e sombras,
em canteiros infinitos de flores,
na escuridão pulsante
que se aproximaria a beijar sua face
e se foi...

Talvez fosse meu melhor poema
Talvez nada disso fosse
Talvez eu seja só o homem
com vontade de partir

23 de setembro de 2010

Um híbrido poético

Sou fogo e calma. Contradição, camaleoa. Sou música. Sou vida através das músicas, das sonoridades. Sou letras. Palavras. Gosto de recitá-las, de sabê-las, gosto de criá-las. Gosto do criar. Sou sandálias com queda por tênis e altos saltos para a feminilidade… Sou intuição. Sou o não acreditar querendo… Sou mãe. Sou filha. Sou mulher, bruta, meiga, cruel, sarcástica...
    Sou corpo, sou d(eu)s. sou uma essência que se busca. Que se perde sempre quando pensa que se acha. Sou Chico Buarque eternamente, sou Caetano de cabelos longos e Gil, com sua lata de poeta onde tudo nada cabe. Sou pintura, tinta que se espalha na tela e fora dela, pelo chão, pelo teto, pelos corpos... Sou casa. Sou rua. Sou gente. A eterna descoberta. Sou ávida, eufórica, fatídica, trágica e impulsiva. “O primeiro drama, a primeira dama, o primeiro amor”.
    Sou o querer. Sou o silêncio na tentativa do não angustiante. Sou dinâmica e perfeição. Sou poesia, numa tentativa ininterrupta de ser poeta. Sou Fernando Pessoa, fingidor… Sou virtudes. Transparência. Sou sangue. Literalmente doadora dentro e fora do meu O positivo. Sou mar, praia deserta. Sou álcool e sou água de coco. Sou sexo. Sou toque, olhar, numa busca incessante de prazer. Sou carne, sou fruto e sou sede. Sou chão, paredes e gritos. Sou escrita, com vestígios de informática. Sou correio, sou cartas de amor, todas elas ridículas.
    Sou Elis Regina, sou clara Nunes, Cássia Eller, Vânia Abreu e Elza; sou suas vozes, tão humanas e femininas. Sou águas de Março com ou sem o Tom. Sou Leminski, sou concreta em minhas abstrações. Sou a palavra que nunca foi dita, sou aquela que não termina. Sou a marginalidade sutil. Sou roupa leve, larga… Sou Frida. Sou pássaros cantando de manhã e a sou a calma da madrugada. Sou as cinco da tarde e sou o vermelho do pôr do sol. Sou erva, suco de laranja e café com cigarro. Sou vermelho, sou preto e sou também colorida.
    Sou Salvador. Sou os casarões antigos, sou coisas antigas, brechós, sebos e antiquários. Sou os planos inclinados, sou elevador Lacerda e Taboão. Sou os casebres entre a cidade alta e baixa. Sou a cidade vista do mar, sou o mar, seus barcos, seu porto, seus navios, sua história. Sou Mercado –  vão modelo - sou a luta de seus inúmeros fantasmas. Sou a baía e sou todos os santos… Sou a travessia para Itaparica. Sou outras ilhas sem saber. Sou árvores centenárias e sou plantinhas. Sou nuvens. Sou museus. Sou público. Sou a Contorno descida à pé.
    Sou o pensar querendo trégua. Sou procura. Sou meu filho e a certeza de um amar sem fronteiras. Sou o educar, anatomia. Sou Raul em suas paranóias e metamorfoses ambulantes. Sou teatro, sou cinema, sou arte. Sou artista da minha arte. Sou meus amigos. Sou saudade. Sou despedidas sem lágrimas, o tempo oculto, sou a vida com paixão. Sou meu pai, minha mãe, meu povo. Sou aqueles que ainda não conheci. Sou fotografia… profundidade. Sou terreiros, igrejas, templos, religiões. Sou o místico, o cético e o ateu. Sou o Jesus político, sou cruz, sou forca e pelourinho.
    Sou o tempo que passou, mas nunca acaba... Porque sou Jornalista, porque registro o tempo em sonoplastias impressas, em detalhes, caracteres variados. Sou a transmissão de idéias, grito os fatos. Sempre mais a cada linha, a cada outono, a cada março, a cada ciclo. As vezes Isa, as vezes Lorena. Sempre um híbrido poético.

14 de setembro de 2010

A FOME DE MARINA

Por José Ribamar Bessa Freire

    (Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ)
e pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)

 
                  Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte
eleitoral o presidente Lula da Silva, justificando: "Lula é
analfabeto". Por isso, o cantor baiano aderiu à candidatura da
senadora Marina da Silva , que tem diploma universitário. Agora, vem a
roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em Marina para
presidente, "porque ela tem cara de quem está com fome".

                  Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se
ficar a Rita come.

                  Tais declarações são espantosas, porque foram feitas
não por pistoleiros truculentos, mas por dois artistas refinados,
sensíveis e contestadores, cujas músicas nos embalam e nos ajudam a
compreender a aventura da existência humana.

                  Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis
cevados, roliços e enxudiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e
a banha como requisitos indispensáveis ao exercício de governar, para
o qual os Silva, por serem iletrados e subnutridos, estariam
despreparados.

                  Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes
e preconceituosos. Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal,
uma multidão de silvas famélicos e desescolarizados.

                  De um lado, reforçam a ideia burra e cartorial de que o
saber só existe se for sacramentado pela escola e que tal saber é
condição sine qua non para o exercício do poder. De outro, pecam
querendo nos fazer acreditar que quem está com fome carece de
qualidades para o exercício da representação política.

                  A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a
quem todos admiramos, dessa vez pisou na bola. Feio."Venenosa! Êh êh
êh êh êh!/ Erva venenosa, êh êh êh êh êh!/ É pior do que cobra
cascavel/ O seu veneno é cruel.../ Deus do céu!/ Como ela é maldosa!".

                  Nenhum dos dois - nem Caetano, nem Rita - têm tutano
para entender esse Brasil profundo que os silvas representam.

                  A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está
com fome? Ou se trata de um preconceito da roqueira, que só vê
desnutrição ali onde nós vemos uma beleza frágil e sofrida de Frida
Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque, seus vestidos longos e seu
inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome na cara de
Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser
delineada. Se for fome, é fome de quê?

                  O mapa da fome

                  A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de
comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu
a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da
pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu
Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre.

                  Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava
quilômetros para cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água,
pescava e até caçava. Três de seus irmãos não aguentaram e acabaram
aumentando o alto índice de mortalidade infantil.

                  Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é
dos alimentos que, mesmo agora, com salário de senadora, não pode
usufruir: carne vermelha, frutos do mar, lactose, condimentos e uma
longa lista de uma rigorosa dieta prescrita pelos médicos, em razão de
doenças contraídas quando cortava seringa no meio da floresta. Aos
seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu cinco
malárias, três hepatites e uma leishmaniose.

                  A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina.
Não havia escolas no seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta
através da experiência e do mundo mágico da oralidade. Quando contraiu
hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade em busca de tratamento médico
e aí mitigou o apetite por novos saberes nas aulas do Mobral e no
curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever.

                  Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o
vestibular para o Curso de História da Universidade Federal do Acre,
trabalhando como empregada doméstica, lavando roupa, cozinhando,
faxinando.

                  Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para
saciá-la, militou nas Comunidades Eclesiais de Base, na associação de
moradores de seu bairro, no movimento estudantil e sindical. Junto com
Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e depois ajudou a construir o PT.

                  Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco ,
quando devolveu o dinheiro das mordomias legais, mas escandalosas,
forçando os demais vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada
estadual e depois senadora, também por dois mandatos, defendendo os
índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.

                  Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra.
A cidadania ambiental faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio
Ambiente, ela criou o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo de
Desenvolvimento para gerir as florestas e estimular o manejo
florestal.

                  Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias.
Reduziu, em três anos, o desmatamento da Amazônia de 57%, com a
apreensão de um milhão de metros cúbicos de madeira, prisão de mais
700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5 mil empresas
ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.

                  Tudo vira bosta

                  Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na
voz de Rita Lee - a descredencia para o exercício da presidência da
República porque, no frigir dos ovos, "o ovo frito, o caviar e o
cozido/ a buchada e o cabrito/ o cinzento e o colorido/ a ditadura e o
oprimido/ o prometido e não cumprido/ e o programa do partido: tudo
vira bosta".

                  Lendo a declaração da roqueira, é o caso de
devolver-lhe a letra de outra música - 'Se Manca' - dizendo a ela:
"Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/ e ouvir sua merda/ Se manca,
neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se manca, neném/ Não vem
se achando bacana/ você é babaca".

                  Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente
cometeu uma babaquice. Numa de suas músicas - 'Você vem' - ela faz
autocrítica antecipada, confessando: "Não entendo de política/ Juro
que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem... e faz piada". Como ela
é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um pedido de
desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando: "Desculpe o auê/ Eu
não queria magoar você".

                  A mesma bala do preconceito disparada contra Marina
atingiu também a ministra Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não
vota porque, "ela tem cara de professora de matemática e mete medo".
Ah, Rita Lee conseguiu o milagre de tornar a ministra Dilma menos
antipática! Não usaria essa imagem, se tivesse aprendido elevar uma
fração a uma potência, em Manaus, com a professora Mercedes Ponce de
Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia Menezes, tão altaneira.

                  Deixa ver se eu entendi direito: Marina não serve
porque tem cara de fome. Dilma, porque mete mais medo que um exército
de logaritmos, catetos, hipotenusas, senos e co-senos. Serra, todos
nós sabemos, tem cara de vampiro. Sobra quem?

                  Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e
gostou), vamos ressuscitar, então, Paulo Salim Maluf ou Collor de
Mello, que exalam saúde por todos os dentes. Ou o Sarney, untuoso, com
sua cara de ratazana bigoduda. Por que não chamar o José Roberto
Arruda, dono de um apetite voraz e de cuecões multi-bolsos? Como
diriam os franceses, "il péte de santé".

                  O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já
desalgemado, tem cara de quem se alimenta bem. Essa é a elite bem
nutrida do Brasil...

                  Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do
Brasil, mas isso não é motivo para deixar de votar nela, porque essa é
também a cara da resistência, da luta da inteligência contra a
brutalidade, do milagre da sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a
credencia para o exercício de liderança em nosso país.


                  Marina Silva, a cara da fome? Esse é um argumento
convincente para votar nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me
convenceu definitivamente.

  

Minha versão do babado

Tô ficando alagadinha, Tô ficando alagadinha, Tô ficando alagadinha....

13 de setembro de 2010

Existe uma diferença sutil entre o desejo de conquista e a supervalorização do que não se têm. Perceber isso é gostoso, faz com que agradeçamos o nosso presente (olha só que nome danado de lógico?) e não se prenda ao passado ou tente agarrar o futuro como se ele fosse um troço distante e não a construção do agora.

9 de setembro de 2010

Meu sangue errou de veia e se perdeu...

"Se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir"

8 de setembro de 2010

Pare o mundo que eu quero descer!!!!!!!!!!!!!!!!

Inventei de comer uma merda de um rocambole de chocolate e agora tô morrendo de azia e a dor de cabela apontando já. Detesto fazer essas burrices, ó céus!

Parece um ataque a mim mesma e totalmente desproposital.

E o pior é não poder ir pra casa. Reunião marcada para as 19h!

Florbela Espanca

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

6 de setembro de 2010

Se já perdemos a noção da hora..

Segunda-feira, véspera de feriado. Dia de caixa de e-mail vazia, quase nada pra escrever e você trabalhando. Só vc, claro, porque estudou pouco ou então acreditou que ser jornalista era um caminho. E eu que tenho medos pavorosos do ócio – não dele por ele mesmo e nem dele quando estou em casa, simplesmente, podendo ficar na cama, acompanhada ou não – estou tentando não surtar e acima de tudo, acordar.

Mas eu nem quero falar de Alagoinhas. Quero é dizer que chegar em Salvador e descobrir que a rodoviária finalmente tem um sanitário novo é muito bom, mas descobrir que é preciso pagar um real para mijar é triste.

E o que me dizem de ver a cara da cidade às sete e meia e só conseguir descer na rodoviária uma hora depois, engarrafada no iguatemi? Pois eu tenho uma melhor: mofar num ponto de ônibus e só chegar às 11 no flamengo. Que me dizem?

A cidade está cada vez mais inchada e insuportável. As pessoas parecem deseducar-se cada dia mais e a Estação Iguatemi é o inferno que Dante não conheceu.

Mas passar o final de semana rodeada de amigos não tem preço. E salvador continua me encantando nas madrugadas, quando as ruas estão semi-vazias, com alguns carros apressados cortando avenidas e toda poética que há longe dos postos de gasolina, claro, onde algumas criaturas disputam para ver quem toca mais pagode e sertanejo por minuto.

Pouco vi o mar desta vez. Furei com um monte de gente, tomei muita cachaça e ri muito!

Agora o lance é controlar as pálpebras. E tentar esquecer que amanhã é feriado. Pros outros.



p.s. Claudinhaaaaa! Tem carta no caminho pra vc! 

3 de setembro de 2010


Mulheres, mulheres... Vcs não sabem o que estão perdendo!


E sintam-se em casa!

2 de setembro de 2010


"Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes,quando é tarde da noite, eu viajo. E, sem saber, busco respostas que não encontro aqui. Ontem,eu perdi um sonho e acordei chorando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada,não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera e chega mais perto de ser quem, na verdade, a gente é!"

1 de setembro de 2010

Quer saber? Cansei de ser profunda pra quem é raso.
Quer o básico amigo? Então vamos lá.
Pior dia da tpm: me sentindo extremanete frágil, triste, burra, indecisa, indefinida, tudo tudo de ruim. merda que as vezes cansa ser mulher. cansa!
Chega uma hora em que cansa ser compreensiva sozinha.

30 de agosto de 2010

Que venha a primavera...

Estar de TPM significa estar com os poros todos abertos, dilatados, com todos os sentidos afetados. Todos os meses, o mesmo período sentido e vivido de formas diferentes. Desta vez, uma melancolia, uma sensibilidade aumentada, aquelas lágrimas que esqueceram de cair nos dias normais. E é fim de mês. Sem grana no banco e no bolso, caminhando contra o vento. O lado bom? Tem sim: um final de semana romântico, um amor florescendo, inimaginável... e uma frase inesquecível, com aqueles olhos dele penetrando em mim: “eu sempre procurei por você”.

27 de agosto de 2010

Querendo ver de novo

26 de agosto de 2010

A velha paciência...

 
 
Sempre gostei de trabalhar, criar, construir e sempre vi o trabalho como exercício vital para a construção do ser. E dentro de tantas nuances, conceitos e paradigmas, trabalhar com alguma coisa por mera necessidade de sobrevivência continua sendo o pior de todos os males, para mim. Empreender algo para o crescimento alheio e não pessoal. Isso é terrível, fazendo perdurar sensações de impotência que nos adoecem, pouco a pouco... por isso, mais do que nunca, “é preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê”.

25 de agosto de 2010

Vivendo e aprendendo a jogar. Sempre!

“(...) e como agora eu vejo tudo na peerspectiva de um jogo, pense q existem vários desafios na nossa vida pra gente conseguir zerar o jogo... mas n tem graça mais qdo o jogo acaba...pq o prazer maior eh jogar...”

Palavras de Lygia, minha pequena. E não é que eu estive pensando sobre essa perspectiva sem pensar que isso era uma perspectiva há poucos dias? Pois é. Chegar ao game over é a isca pendurada no anzol à nossa frente*. O que nos move atrás dela é a curiosidade, a vontade de saber mais sobre nós e sobre a própria vida, afinal, como diz a nova propaganda do Canal Futura – que eu adoro demais inclusive: o conhecimento é irresistível.

Passamos por fases, também chamadas de ciclos. Eternos retornos, ondas que se refazem, sempre diferentes, as vezes até contraditórias. Desafios, novas metas, ritos de sobrevivência na selva mais louca que somos nós. A cada nova fase, acúmulos de vidas, prontas para serem gastas com os erros mais escrotos. Muitas vezes, inclusive, é preciso resetar e começar tudo de novo, dessa vez, buscando novos ângulos, novas perspectivas. E assim, enxergando novas possibilidades, é possível chegar em fases mais e mais adiantadas a cada jogada, sempre com novas emoções, sempre com novos desafios a nos impulsionar.

E todas as escolhas são cabíveis, afinal, não escolher também é uma escolha. Ou não é? Quando acreditamos que não decidir nos torna neutros em determinado processo, chegam as conseqüências e nos mostram que quem fica parado também vai adiante, já que o mundo não para de girar num só instante e o tempo, como nuvens transitórias, passeia à mercê da gente.

E como Lygia concluiu, o prazer maior é o de jogar. Arriscar-se, atirar-se, comprometer-se, enfiando o pé nas jacas todas, lambuzando-se de vida, desejando novos sóis, novas faíscas. Eis o grande barato. E entre saltos e atalhos, descobrir-se. Até que o fim do jogo chegue, inevitável. E quem sabe, perpetuando-se no vazio até que o jogo recomece...


 *
L: menina..
 to lendo
eu: rs
 obrigada pela provocação! adorei! veja se gosta
 L: tô gostando.. mas..uma pergunta de leitora para autora..
 eu: diz
 L: o q vc quis dizer qdo: "Chegar ao game over é a isca pendurada no anzol à nossa frente"
 eu: pense um pouco... pense em nós como peixes sedentos
 L: minha pergutna eh pq..game over..eh o fim..
 eu: seria a mesma coisa se eu dissesse
 L: e nem sempre queremos apesar dele nos ameaçar..
 eu: como cachorros tentando alcançar o proprio rabo
 L: e eh o fim "perdendo, morrendo"
 eu: mas essa é a questão. nesse caso o game over não é o fim da vida necessariamente se a vida é feita de ciclos, estamos fadados a chegar a diversos games overs sempre né?
 L: nesse caso eh..pq a gente pode começar do zero..
 eu: isso. resetar. e no final, quem sabe? começar de novo e de novo...
  como algumas teorias sugerem..
 L: mas, dentro do jogo em si...se pensando sendo personagem....imagine q os desafios sao criar estrategias para resolkver os desafios e tbm se livrar das armadilhas. mas sempre estamos em busca do "chefao"...o desafio maior...so q pra chegar nele, eh indispensavel passar pelos desafios menores e se encher de "poderes e armas", q vao te ajudar a superar o desafio maior..
 eu: concordo plenamente
 L: to lendo o outro agora: patrao
 eu: vc acha que a ideia la desfaz essa aí?
  eu acho que não
  o patrão nosso... é sobre esperar. sobre paciência. 
L: eu acho q a getne n busca o game over...pq no game over, vc se fode..a gente quer zerar, na minha opiniao...mas ao mesmo tempo, a gente n quer q o jogo acabe..
 eu: hum..
 mais ou menos. vc pode simplesmente ir zerando todas as fases até não haver mais pra onde ir
  e fim. todo jogo tem um fim, ainda que se criem novas armadilhas depois.. continuações e tal
 L: mas game over eh perder..qdo a gente joga, a gente joga pra ganhar..
 eu: essa é justamente a dicotomia que nos move dentro da vida. a gente quer zerar mas não quer, ao mesmo tempo! pense melhor...game over não é exatamente perder... depende de como vc vê. game over pode ser também apenas o fim de um jogo e ponto. o fim de um para se iniciar outro. se tem sempre um fim, vc não quer chegar lá?
 L: sim, sim..
  porem...se vc toma um game over...vc n avança ...eh isso entende?
eu: repare que tem quem jogue e se boicote com medo de chagar o fim do jogo...
  entendo a sua visão sim! mas eu tô vendo cá de outro ângulo
 L: sim..
  eu percebi..
  realmente tem..
 eu: vc pode não "tomar" um game over.
 L: tem gente q toma game over e parte pra outro jogo..
 eu: vc pode simplesmente ir jogando a avançando.. até o fim
 L: tem gente q insiste
 eu: isso! tem também quem nem queira começar
  ...
 L: eh..
  hihihihihiiiiiiiiiiiiiiii
 eu: cada um joga - e encara o jogo - de uma maneira diferente
  e por isso tantas pessoas jogam o mesmo jogo
  que risada fricotada foi essa aí??
L: o tamanho dessa discussao..
  foi bom..
  eh bom

E como diz o Arnaldo...

"As coisas têm peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, du-ração, densidade, cheiro, valor, consistência, pro-fundi-dade, contorno, temperatura, função, aparência, preço, des-tino, idade, sentido. As coisas não têm paz".

24 de agosto de 2010

O patrão nosso de cada dia, dia após dia.

Pronto. Taí uma coisa que eu detesto: esperar. Esperar nas filas, esperar um telefonema, uma resposta, um emprego, um aviso, o trem, qualquer coisa. E é exercitar a paciência a atividade number one de minha vida. Desde os tempos de outrora, desde que eu era sementinha até, eu acho, porque segundo os relatos maternos, eu já nasci assim, sedenta, querendo tudoaomesmotempoagora. E a minha melhor desculpa continua sendo o fato - fatídico -  de ser ariana até a alma.

Isso não é bom. Eu sei, vc sabe, mas no final todos somos um pouco ansiosos, cada qual no seu quadrado, cada um da sua maneira. E sabe? Eu quero mudar. Sempre quero, sempre tento e claro! Sempre estou mudando. Sempre. Mas continuo agoniada mesmo, no frigir dos ovos. Continuo querendo tudo logo.

Hoje, aos 28, eu vejo que estou no caminho que quero seguir, me tornado mais calma, mais serena, equilibrando mais as coisas, ponderando mais, refletindo antes e aprendendo dia-a-dia, a esperar. Talvez o mais correto seja dizer que estou aprendendo, na verdade, a preencher melhor os tempos de espera. Deve ser isso sim. Porque se analisar minuciosamente, posso observar que a leitura e a musica, por exemplo, preenchem lacunas que antes ficavam abertas, sendo sentidas em cada segundo de existência.

Hoje não. Vivendo numa cidade menor, a qualidade de vida, neste sentido das esperas burocráticas,  por exemplo, diminuíram bastante. Se antes eu levava duas horas dentro de um ônibus no trajeto casa/trabalho, hoje quinze minutos de paleta ou cinco de carro resolvem o trajeto. O correio fica perto do trabalho, o cinema fica perto de casa... Mas ainda há, claro, as inevitáveis filas do banco, do supermercado e da lotérica e a estrada que me separa do mar e dos amigos em Salvador.

Esperar com paciência, acredito, é um exercício diário. E eu quero mais. Quero exercitar mais. E talvez por ser tão difícil é que seja mais gostoso mesmo. E enquanto o tempo passa, as horas passam, os anos passam e os cabelos brancos chegam, haja chá de camomila todo dia de manhã!

Tem perguntas saltitando sem respostas por aqui.



 Eu fico mesmo perdida entre a ficção e a realidade. Mas é que é tão melhor as vezes sonhar né? Claro que na rotina cotidiana de ser mãe, jornalista, mulher, amante e dona de casa, fica difícil flutuar por um terço que seja das 24h que um dia nos propõe. Mas dar uns saltinhos de vez em quando é fundamental, acredite.

Faz um tempo que venho me questionando se eu realmente quero a sorte de um amor tranquilo, aquela coisa bem cazuza.. Faz um tempinho que estou nessa empreitada de (re)descobrir colé de mesma da minha amorosidade romântica. Às vezes eu penso que sim, é isso que quero, que sempre quis, mesmo que veladamente – escondido até de mim mesma, inclusive; outras vezes eu entendo que não, não nasci pra isso e a minha própria companhia é o que me basta, ao menos na maior parte do tempo...

O que me faz ir e vir nesta questão é justamente os sentimentos novos que me tomam agora, desses tempos pra cá. Encontrei um amor (e eu acho engraçado na verdade esse negócio de “encontrar”, sobretudo quando não se estava procurando) e desde aquele bendito dia um monte de coisas diferentes aconteceram e vêm acontecendo em my life. Claro que os coloridos que se fizeram presentes deixaram tudo mais bonito, claro que é imprescindível apaixonar-se para sentir-se vivo e todos esses clichês que a gente já sabe soletrado. Mas... Até onde isso acrescenta e vale a pena? Até onde isso cabe na realidade, no dia-a-dia? Até onde se basta? Até onde quer ir? O amor parece querer sempre mais... parece um bichinho carpinteiro futucando a gente!

E então que eu fico mesmo perdida entre a literatura e as notícias. Entre a informação fidedigna e os acordes mais bonitos... E eu tento tanto misturar tudo e vejo essa mistura acontecer sem que eu me intrometa, nos momentos em que estamos juntos, encaixados, entrelaçados, exercitando esse amor que chegou de mansinho e reclamou seu lugar. Então quando esses momentos se fazem presentes na memória e no corpo, que pulsa à minha revelia e pede por você, eu esqueço de me perguntar se eu quero mesmo essa tal “sorte” de um amor tranquilo, esse tal sabor de fruta mordida... E só consigo sentir e sentir... e percebo que tem perguntas saltitando sem respostas por aqui.


Portanto, hoje, quando eu percebi que em meio a tantas distâncias e dificuldades e barreiras e impossibilidades e saudades o tempo está aí, passando e refazendo vontades e expectativas... Quando percebi que hoje fazem exatamente quatro meses (!) que nos olhamos demoradamente naquela mesa do Whiskritório... E que tantas coisas diferentes aconteceram dentro de mim a partir daquele dia, a vontade de estar perto, de saber mais sobre você, de te fazer sorrir, de transformar a sua vida, de dividir os dias, de conhecer juntos, de criar e recriar... o frio na barriga pelo medo de perder, as dúvidas, as certezas, tantos desejos, tantos quereres... Bom... Eu não sei mais o que eu devo perguntar.
Ai gente que hoje ainda é terça-feira.... mas nem dá pra reclamar muito e precisa mais é observar: o tempo vem passando depressa demais, não acham? percepção coletiva, eu constato com os mais próximos. E vcs?

23 de agosto de 2010

significados


O horóscopo me aconselha a ter mais cuidado com o amor. Mas se eu o rego todos os dias, que cuidados a mais devo ter com ele?

Talvez o conselho tenha chegado enviesado: devo tomar cuidado com ele no sentido de não me deixar levar por suas conversas bonitas, seu jeito simpático, o sexo gostoso, pelo desatino que causa, pela espera que aflige, pelo desconsolo na ausência, pela paixão que desatina.

Pode ser...
E então que depois de falar sobre a saudade que me tomou por inteira neste fim de semana de impossibilidades é preciso ressaltar: tenho o melhor filho do mundo. 

Um parceiro de verdade, companheirinho de todas as horas. Que sabe respeitar o meu tempo e espaço, que fica juntinho abraçado se eu não consigo despistar a tristeza. Que não se ofende por isso, não pensa bobamente que pode ser com ele. Apenas me pede para ter calma e me da colo, como um grande cavalheiro. 

Juan é mais que uma criança. é um serzinho iluminado, que me acompanha para onde eu for. Lindo, atento, perspicaz e desperto pra vida, pras coisas dela, pra tudo em volta. O seu carinho é um acalento. as suas mãozinhas enxugando minhas lágrimas, um beijinho no olho e a constatação do salgado. Ele me faz rir mesmo quando tudo esta perdido, me faz entender que sempre há saídas, que a tristeza vem e passa e que ele sempre está alí. 

Me sinto uma privilegiada. E no final das contas, eu só tenho a agradecer. Por ter tanto amor dentro de mim , por aprendr a senti-lo. Por ter dois meninos e por ser tão amada por eles também. 

Tô fumando o cigarro da saudade....

A saudade bateu lá em casa neste fim de semana. Pensei não abrir a porta, mas ela chamava alto, os visinhos podiam ouvir. Daí não teve jeito. Sentamos e conversamos sobre a sua peregrinação, seu vestido vermelho. “Quando a saudade chegar com seu batalhão de atiradores e porta-bandeiras, vou cantar aquele som da gente”. Foi o que fiz. Liguei o som e cantamos juntas a vontade de vc. Ela me explicou que de nada adiantava esconder as lágrimas. Disse isso quando percebeu a vergonha que tinha dela, tentando desvencilhar o olhar...

Então ela me acompanhou a tarde inteira e pensou em ficar pra dormir, mas pedi que fosse embora, já bastava de sofrer. Precisava descansar, sonhar com paz. Mas antes de ir embora, no lugar de despedir-se, ela deu um sorriso de leve e me disse até amanhã.

Dormi entre suspiros e lamentos, com o corpo ardendo em brasa, pedindo um gozo conjunto,  tentando se amar sozinho, tentando se bastar. Mas a cada capítulo do sono, meus braços procuravam por vc. Então eu decidi que não queria mais aquilo, que não a deixaria chegar perto novamente. Fiz  promessas, juras de amor para mim mesma. Nada mais me afetaria, eu apenas dormiria e acordaria curada de tod aquele amor pulsante.

E no domingo, bem cedinho, abri os olhos para o novo dia. E nem precisei abrir a porta, pois sentadinha no sofá, com uma caneca de café na mão, ela me disse gentilmente: eu entrei pela janela.

20 de agosto de 2010

Quando se perde o respeito por alguém, perde-se tudo.

 
Sabe quando você perde todo o restinho de consideração e admiração que tinha por alguém? Pior é quando se está fadado a conviver com essa pessoa cotidianamente. Sempre digo que gerir não é uma coisa fácil, em nenhuma instância. É preciso imprimir sua marca, é preciso impor respeito. Mas acima de qualquer coisa, é preciso respeitar e saber se fazer respeitar. Quando se perde o respeito por alguém, perde-se tudo.

O ambiente de trabalho é um campo minado: não devemos nos abrir tanto para as pessoas, precisamos nos manter serenos, numa postura mais objetiva, ao mesmo tempo em que convivemos mais com essas pessoas do que com os nossos familiares e amigos. Portanto, saber ponderar e encontrar os limites entre a ética trabalhista e as regras do bom convívio é essencial.

19 de agosto de 2010





Ah, como toda perspectiva mudaria com um petit gâteau agora.... 





18 de agosto de 2010



A vida solicitará que você exerça autoridade e liderança e você não poderá hesitar.

17 de agosto de 2010

16 de agosto de 2010

Ah....

Crisântemos amarelos para enfeitar o dia.
Muita preguiça de escrever matérias.
Saudades de beijar o meu amor.
Cachos soltos que provocam suspiros.
Um punhado de vontade de sair viajando pelo mundoafora.

Eis o resumo da minha segunda-feira.

13 de agosto de 2010

Sexta-feira 13 minha gente. Um friozinho na barriga dá, num dá?
Sensação boa de ser bem amada.

Mas agora eu realmente preciso ficar sozinha pra terminar de arrumar a casa...

12 de agosto de 2010

De vez em quando é preciso, necessário, quase essencial apertar a tecla: foda-se mundo. Eu te amo, mas vou ali.
Pode até deixar beijo com marquinha de batom!
O importante é apertar. ;)

11 de agosto de 2010

Coisinhas

Ontem eu comecei a escrever um bilhetinho observando que até minha voz muda quando falo com ele e quando me dei conta, já tinha escrito uma carta com mais de seis páginas. Coisa de gente descontrolada né? vamos combinar...

Terminei a reforma no quarto de Juan. Ficou coisa de primeira linha, barato total. E ele adorou, o que mais importa, of course.

E por falar em Juan, o guri agora está no orkut. Pois é. Tentei evitar a todo custo, sem proibições, apenas diálogos acerca da ferramenta e dos porquês da vontade. Daí bastou um fim de semana na casa do papai para o perfil ser criado. Juanito é tranquilo com isso (também) e o grande barato pra ele é a tal da fazendinha, uma espécie de jogo dentro do site. Já fizemos os acordos todos, ele já sabe o que fazer. Enfim: tem coisas que as mães do século XXI não têm como escapar...

E eu continuo sem cnseguir postar nada no Universo Bloguístico. Basta tentar 'nova postagem' e apágina desconfigura, inatingível. Não faço idéia do porquê. Todos os blogs estão legais, só ele resolveu adoecer. Se alguém souber o que pode ser, agradeço desde já a dica.

10 de agosto de 2010

Eu quero na minha casa!!!!!!!!!!


Almofadas com ilustras da Mariana Massarani


Tudo à vista!

Quer ver uma coisa interessante quando se mora sozinho? Há muitas vezes, na hora de arrumar a casa, um certo impasse entre dispor os objetos para o outro ou para si. No meu caso, que tenho a casa sempre cheia de amigos nos fins de semana, sempre tendo a deixar as coisas mais interessantes ao alcance de todos, como as revistas do mês, postais e tal. Daí que nesse processo em que me encontro, de reestruturação do lar, venho também reorganizando os pensamentos em relação a isso.

Estou por exemplo revendo a organização da sala e do atelier, que Juan chama de quarto das artes. E descobri que preciso mesmo de uma boa estante para os arquivos, documentos e matérias de trabalho, se não vira um mangue e eu mesma não sei por onde começar. Como ariana e jornalista, é quase inevitável querer dividir as coisas boas. E é interessante como a disposição das coisas em casa tem tanto haver com nosso modo de ver e viver a vida mesmo. Tenho amigos taurinos, por exemplo, que apegados que são às suas coisas, escondem livros e revistas em estantes fechadas, longe dos olhos alheios. Acho interessantíssimo isso, mas minha prática é sempre oposta.

E os amigos sempre acrescentam as coleções, levando postais e papeis outros, sempre agregando informações à casinha, que é de fato bem gostosa e acolhedora. “Há um vilarejo ali, onde areja um vento bom” é sem dúvida a musica tema dela. E eu gosto de fazê-la assim. Sempre aberta para novas trocas, perspectivas variadas. Um local de pesquisas, encontros, gestação de idéias. É assim que deve ser um lar, na minha concepção.

Caetanear

O melhor o tempo esconde, longe, muito longe
Mas bem dentro aqui, quando o bonde dava a volta ali
No cais de Araújo Pinho, tamarindeirinho
Nunca me esqueci onde o imperador fez xixi

Cana doce Santo Amaro, gosto muito raro
Trago em mim por ti, e uma estrela sempre a luzir

Bonde da Trilhos Urbanos vão passando os anos
E eu não te perdi, meu trabalho é te traduzir

Rua da Matriz ao Conde no trole ou no bonde
Tudo é bom de vê, seu Popó do Maculelê

Mas aquela curva aberta, aquela coisa certa
Não dá prá entender o Apolo e o rio Subaé

Pena de Pavão de Krishna, maravilha, vixe Maria
Mãe de Deus, será que esses olhos são meus?

Cinema transcendental, Trilhos Urbanos
Gal cantando o Balancê
Como eu sei lembrar de você

>> Letra de Trilhos Urbanos
"Quando digo responsabilidade, quando digo democracia, quando digo ética quero dizer essas palavras com palavras de chumbo"

Saramago

Emir Sader: A mídia e o escândalo Lula

Quem olhasse para o Brasil através da imprensa, não conseguiria entender a popularidade do Lula. Foi o que constatou o ex-presidente português Mario Soares, que a essa dicotomia soma a projeção internacional extraordinária do Lula e do Brasil no governo atual e não conseguia entender como a imprensa brasileira não reflete, nem essa imagem internacional, nem o formidável e inédito apoio interno do Lula.

Acontece que Lula não se subordinou ao que as elites tradicionais acreditavam reservar para ele: que fosse eternamente um opositor denuncista, sem capacidade de agregar, de fazer alianças, se construir uma força hegemônica no país. Ficaria ali, isolado, rejeitado, até mesmo como prova da existência de uma oposição – incapaz de deixar de sê-lo.

Quando Lula contornou isso, constituiu um arco de alianças majoritário e triunfou, lhe reservavam o fracasso: ataque especulativo, fuga de capitais, onda de reivindicações, descontrole inflacionário, que levasse a população a suplicar pela volta dos tucanos-pefelistas, enterrando definitivamente a esquerda no Brasil por vinte anos.

Lula contornou esse problema. Aí o medo era de que permanecesse muito tempo, se consolidasse. Reservaram-lhe então o papel de “presidente corrupto”, vitima de campanhas orquestradas pela mídia privada – como em 1964 -, a partir de movimentos como o “Cansei”. Ou o derrubariam por impeachment ou supunham que ele pudesse capitular, não se candidatando de novo, ou que fosse, sangrado pela oposição, ser derrotado nas eleições de 2006. Tinham lhe reservado o destino do presidente solitário no poder, isolado do povo, rejeitado pelos “formadores de opinião”, vitima de mais um desses movimentos que escolhem cores para exibir repudio a governos antidemocráticos e antipopulares.

Lula superou esses obstáculos, conquistou popularidade que nenhum governante tinha conseguido, o povo o apóia. Mas nenhum espaço da mídia expressa esse sentimento popular – o mais difundido no país. O povo não ouve discursos do Lula na televisão, nem no rádio, nem os pode ler nos jornais. Lula não pode falar ao povo, sem a intermediação da mídia privada, que escolhe o que deseja fazer chegar à população. Nunca publica um discurso integral do presidente da republica mais popular que o Brasil já teve. Ao contrário, se opõem frenética e sistematicamente a ele, conquistando e expressando os 3% da população que o rejeita, contra os 82% que o apóiam.

Talvez nada reflita melhor a distância e a contraposição entre os dois países que convivem, um ao lado do outro. Revela como, apesar da moderação do seu governo, sua imagem, sua trajetória, o que ele representa para o povo brasileiro, é algo inassimilável para as elites tradicionais. Essa mesma elite que tinha uma imensa e variada equipe de apologetas de Collor e de FHC, não tolera o fracasso deles e o sucesso nacional e internacional, político e de massas, de um imigrante nordestino, que perdeu um dedo na máquina, como torneiro mecânico, dirigente sindical e um Partido dos Trabalhadores, que não aceitou a capitulação ou a derrota.

Lula é o melhor fenômeno para entender o que é o Brasil hoje, em todas as posições da estrutura social, em todas as dimensões da nossa história. Quase se pode dizer: diga-me o que você acha do Lula e eu te direi quem és.

Fonte: Carta Maior

9 de agosto de 2010

Tenho traços lógicos de liderança e a cada novo emprego, isso fica mais nítido. E eu gosto de administrar mesmo, gosto de alinhavar as coisas, traçar estratégias, fazer planejamentos. É uma delícia, a parte melhor é sem duvida, a criação. Quando a gente não nasce pra ser somente formiguinha operária, não adianta forçar a barra, que trava.    

Então ser responsável pelo que se cativa é uma frase que vai muito além da simplória primeira compreensão. È muito mais profundo o sentido, recheado de subsentidos outros. Levando-a para o contexto profissional então, as coisas ficam ainda mais claras nas práticas do dia-a-dia, no olhar do outro, na expectativa do sorriso, da palavra que norteia.
   
O que me dá verdadeiro pavor são pessoas medíocres, que por motivos variáveis querem gerir equipes sem um conhecimento prévio, sem respeito ao próximo e ao trabalho em si. E eu, que ainda estou saindo do engatinhar e aprendendo a ficar de pé, desde os tempos estagiais, tenho uma dificuldade tremenda de ser mal gerida. Ou as ordens são claras, ou eu mesmo faço as minhas. Parece até papo rebelde, mas nem é.
    

Bom dia, comunidade!

Quando vc adora conversar, falar sobre a vida, com a mesma pessoa que vc adora fazer amor, aí é batata! O mundo se abre em novas perspectivas e tudo fica mais colorido, mais bonito de se ver.

E se acordar com um bom dia gostoso já faz a diferença do dia, imagina acordar com três, em plena segunda-feira? A semana vai bombar!

Viva a vida!

6 de agosto de 2010

Desabafo

Estou em crise textual. De novo... Ontem falávamos sobre isso, eu e Juan. E ele observou que estamos nessa juntos: eu na escrita e ele nos desenhos. Pensamos em alguns possiveis fatores propulsores deste estado, mas nada encontramos de concreto. Fato é que tenho escrito pouco coisas de fato interessantes. E isso me mata.

Eu tento justificar com o fato de passar o dia escrevendo outras coisas...Textos chatos sobre coisas que me interessam menos a cada dia. Textos jornalísticos demais, informativos demais... E a literatura vai se esvaindo, achando brechas apenas na tinta...

Preciso de incentivo. Eis a questão. Preciso voltar a estudar, estar em grupos mais interessantes, para buscar pautas mais interessantes que satisfaçam a mim e aos meus leitores. Atualmente isso tem acontecido pouco... A semana é tão cansativa, tantas coisas acontecendo, afetando o cognitivo... uma merda.

Eu vou trabalhar isso melhor... E prometo voltar com frases melhores, mais saborosas. Palavra de escoteiro!

5 de agosto de 2010

Tava vasculhando o antigo Poéticas e encontrei esse texto que escrevi em novembro de 2008! Inevitável sorrir pensando no agora...


Engraçado: Tudo se planeja, menos o amor. Planejamos as férias, as cirurgias, as dietas, os orçamentos… Pois eu também queria planejar os namorados. Seria algo mais ou menos assim: Em Março, encontrar um namorado – Porque antes nem meu próprio braço eu tenho tempo pra beijar. Inteligente, alto, charmoso, gostoso, bom de cama, de garfo e de humor.
Que goste de crianças e que tenha mais de 30. Seguro de si e que entenda a diferença entre frescura, drama e TPM (imprescindível, convenhamos)… Que tenha muitos amigos “de rocha”, que entenda que estar junto não é ser um só e que encare e repense seus preconceitos sempre e sem muitas neuras; Que admire a natureza, que se revele artista no cotidiano, que saiba tocar um instrumento; atencioso, que entenda o português, os seus porquês – e os meus, de quebra – e que saiba diferenciar pós de ervas e que tenha esquizofrenia controlada;
Que goste de sair sozinho, que não seja implicante, que pondere os ciúmes, que controle a posse e que se orgulhe de mim sendo eu quem sou; Que se dê bem com meus amigos sem ser forçado, que saiba a diferença entre intimidade e intromissão e que não tenha vergonha de peidar na minha frente, mantendo as devidas discrições, obviamente; Que goste de filmes – no cinema e em casa – e de teatro – idem -, de circo sem animais e de chuva. E mais um monte de detalhezinhos sórdidos que a gente não conta, só pensa…
Enfim. Queria que fosse possível planejar romances. Isso facilitaria minha vida horrores! Mas não é por aí. E quando tenta ser, invariavelmente dá merda… e haja caquinhos pra catar depois, lá e cá.
Então, enquanto não encontro um jeitinho de, ao menos, ajeitar o regulador de caça, vou regulando o desnivelamento de emoções, evitando taquicardias agudas e flexadas despropositais.
Aí, penso cá com meus botões, deposi que  m- planejado ou não – encontrar mais uma vítima, digo, namorado, depois de três ou quatro meses de paixão intensa, sento eu e escrevo mais um desses desabafos tragicômicos, falando em como seria legal se pudéssemos planejar bonitinho o fim dos relacionamentos. Só não sei se também começaria com um “engraçado”…

Nova edição

Sou fogo e calma. Contradição, camaleoa. Sou música. Sou vida através das músicas, das sonoridades. Sou letras. Palavras. Gosto de recitá-las, de sabê-las, gosto de criá-las. Gosto do criar.
Sou sandálias com queda por tênis e altos saltos para a feminilidade… Sou intuição. Sou o não acreditar querendo… Sou mãe. Sou filha. Sou mulher, com resquícios de menina… Sou bruta, sou meiga, cruel, sarcástica e as vezes me amo tanto sendo assim…

Sou corpo, sou d(eu)s. sou uma essência que se busca. Que se perde sempre quando pensa que se acha. Sou Chico Buarque eternamente, sou Caetano de cabelos longos e Gil, muito antes do ministério. Sou os clássicos sem saber quem são. Sou pintura, tinta que se espalha na tela e fora dela, pelo chão, pelo teto, pelos corpos... Sou casa. Sou rua. Sou gente. Sou a eterna descoberta. Sou ávida, eufórica, fatídica, trágica e impulsiva. “O primeiro drama, a primeira dama, o primeiro amor”.

Sou o querer. E quero tanto tudo… Sou o silêncio na tentativa do não angustiante. Sou pressa e perfeição. Sou poesia, numa tentativa ininterrupta de ser poeta. Sou Fernando Pessoa, fingidor… Sou virtudes. Transparência. Sou sangue. Literalmente doadora dentro e fora do meu O positivo.

Sou mar, praia deserta. Sou álcool e sou água de coco. Sou sexo. Sou o meu sexo, o seu sexo, o nosso. Sou dedos e sou orgasmos acompanhados ou não. Sou o toque, sou o olhar, sou a busca incessante de prazer. Sou carne, sou fruto e sou sede. Sou o fálico, o escondido, sou entradas e entranhas. Sou varinha de condão, sou momento e sou magia. Sou orgia. Sou pernas abertas e entrelaçadas. Sou chão. Sou parede e sou gritos.

Sou escrita, com vestígios de informática. Sou correio, sou cartas de amor, todas elas ridículas. Sou Elis Regina e sou lágrimas ao ver Juan também sê-lo. Sou calma e impaciência, sou clara Nunes, Cássia Eller, Vânia Abreu e Elza; sou suas vozes, tão humanas e femininas. Sou águas de Março com ou sem o Tom. Sou Leminski, sou concreta em minhas abstrações. Sou a palavra que nunca foi dita, sou aquela que não termina. Sou a marginalidade sutil. Sou roupa leve, larga… Sou Frida. Sou pássaros cantando de manhã e a sou a calma da madrugada. Sou as cinco da tarde e sou o vermelho do pôr do sol. Sou erva. Sou suco de laranja e café com cigarro. Sou vermelho, sou preto, sou colorida.

Sou Salvador. Sou os casarões antigos, sou coisas antigas, sou antiga. Sou brechós e antiquários. Sou ribeira, sou Pelô, sou comércio, Santo Antonio e sou Carmo, sem hotel. Sou os planos inclinados ativados ou não. Sou elevador Lacerda e Taboão. Sou os casebres entre a cidade alta e baixa. Sou a cidade vista do mar, sou o mar, seus barcos, seu porto, seus navios, sua história. Sou Mercado, sou modelo, sou a luta de seus inúmeros fantasmas. Sou a baía e sou todos os santos… Sou a travessia para Itaparica. Sou outras ilhas sem saber. Sou árvores centenárias e sou plantinhas. Sou nuvens. Sou museus. Sou público. Sou a contorno a pé.

Sou o pensar querendo trégua. Sou cansaço e o novamente construir sem respaldos ou patrocínios. Sou a procura. Sou o achado de outros que não são procura. Sou a dificuldade do amar, suas incertezas. Sou meu filho e sou a certeza de um amor sem fronteiras. Sou o educar. Sou anatomia. Sou Raul em suas paranóias e metamorfoses ambulantes. Sou teatro, sou cinema, sou arte. Sou artista da minha arte. Sou a minha, as outras tantas artes.

Sou meus amigos. Sou saudade. Sou Rio de Janeiro e sou mangueira, onde o Rio é mais baiano. Sou despedidas sem lágrimas, sou o oculto, sou orgulho e sou paixão. Sou meu pai e minha mãe. Sou aqueles que ainda não conheci.

Sou fotografia… Sou fotos da cidade, inusitadas, de pessoas, de casebres, conhecidos ou não. Sou profundidade. Sou a baianidade nagô. Sou terreiros, sou igrejas, templos, religiões. Sou o místico, o cético e o ateu. Sou o Jesus político, sou cruz, sou forca e pelourinho.

Sou sempre mais a cada linha, a cada outono, a cada março, a cada ciclo. As vezes Isa, as vezes Lorena. Sempre um híbrido poético. Sou o tempo que passou, mas nunca acaba.

4 de agosto de 2010

A vida humana é, na maioria das vezes, uma roda incessante de repetições. É quando finalmente paramos para entender melhor o que tanto se repete em nossas existências que é possível dar um salto e amadurecer.

Sobre a saudade

Ontem escrevi sobre a saudade no outro blog. E ontem mesmo, à noite, ela me fez chorar, feito criança que perde um brinquedo importante – considerando que todos o são – e não sabe o que fazer para apaziguar a dor. Demorou pouco o cair das lágrimas, que não desceram turbulentas, apenas desceram.

A saudade de ontem foi específica: eu queria cozinhar com ele. Queria que estivesse ali comigo, naquele momento, para criarmos juntos. Essa impossibilidade de compartilhar tem me afetado bastante, tenho notado isso cada vez mais freqüente. E o que acho engraçado depois que a dor ameniza, é saber que se caso houvesse a possibilidade real de estar mais perto, eu entraria certamente em contradição, pois isso afetaria meu tempo e espaço de tal maneira a vir a me sentir sufocada e isso e aquilo e coisa e tal.

Mas eu sinto mesmo mais forte esse querer. Sinto-o latente a vontade de estar mais perto dele. Não classifico isso como amor. Mas também não há só paixão aqui. Deve ser qualquer coisa de intermédio. Deve ser...