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12 de dezembro de 2011

Balada do amor inabalável...

As palavras vêm à boca, mas escorregam pelos cantos e esvaem obscenas, com medo de gritar o que desejam. E só oscilam e me enfraquecem, à medida que se escondem, que provocam calafrios intempestivos, involuntários... As palavras são meu rito, meu olho aceso, minha paixão, minha loucura, minha Iansã ensandecida, que não aceita a covardia de esconder-se, submersa, oculta, fria. O calor, minha fissura, aquela boca, olhos, corpo, a sua fala, o gesto, o louco, tudo nele me provoca. Meu menino, meu Xangô, alma minha, meu pedaço. O que faço? Tão perdida... Se me afasto, me procura, se me mostro, se afasta; um duo contínuo, o sangue pulsa e a tristeza me persegue. Ser tão sua, logo eu, tão incerta, independente e altiva: perto de você eu perco o sono, longe de você, perde graça a minha vida...

“É força antiga do espírito
Virando convivência
De amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar
E não pensar em nada...”

23 de setembro de 2011

Um último post.

A cabeça lateja pensando nela, a minha menina de cabelos brancos que aos poucos vai embora de si mesma, deixando esvair na solidão do esquecimento tanta dor, incalculável... em cima de uma cama, semi-inválida, com os ossos tão frágeis, quebradiços, sem vigor...

...estamos todos impotentes...


Como parecer mais forte quando tudo parece estar desmoronando e a vontade de gritar por ajuda é mais forte do que a própria vontade de se ajudar? Sentir-se perdido no meio do caos não é uma coisa que sempre aconteça. Logo eu, que gosto tanto do caos, necessário, que agora se funde m todas as dores e só resta vazios, conflitos, não vejo saídas...

Quando foi mesmo que ficou tão escuro aqui dentro? Quando foi que me perdi exatamente, que esqueci de mim, que não soube mais agir, me dar limites? Quando foi que deixei de acreditar que era possível, quando foi que assassinei minha vontade de viver além da sobrevivência, além da obrigação de estar viva, de alimentar a quem preciso, de preparar minha vida sem mim...

Me fiz impotente para mim mesma. Que triste constatação de antes, de agora. E quanta burrice me acumula esse não agir, essa descrença. Não sou mais quem era, também não sou quem gostaria. Sinto pena de mim mesma e quão triste é tudo isso, essa auto-piedade, essa fraqueza... que canalha que eu sou... que raiva, que medo, que ânsia de ser, de não ser, deixar de ser, de renascer... de voltar a sentir, ter vontades...

Sinto tudo apodrecido bem dentro de mim... me sinto impotente diante da dor dela, da minha dor, da nossa, dessa distância, dos recursos escassos, tantas coisas pulsando pedindo solução, tanta solidão... e só machuca... e eu não cuido... e apodrece...

O que eu fiz com as minhas armas? Porque me deixei pelo caminho? O que é isso que sobrou de mim?

Só farelos... Só essas lágrimas... Só a certeza martelante das irreversibilidades...

22 de agosto de 2011

O personare diz: Que tal eliminar o que não presta mais?

Ok. Vou ali me jogar toda no lixo.

...

18 de agosto de 2011

Antes do previsto...

"No ano que vem eu faço 70 anos, não vou ficar reivindicando juventude. O tempo passa a ser uma coisa valiosa em si para si"

Gilberto Gil
Ler essa frase de Gil nessa manhã tão cinza em que os dias se acumulam junto às contas a pagar, à poeira da casa, os papéis não lidos, os telefonemas que não dei, as declarações que não fiz... me faz rever – aos poucos – uma martelada que insiste em machucar minha cabeça, com cacetadas inda mais fortes durante os últimos dias: eu envelheci antes. Antes do previsto. Antes que quisesse. Antes que pudesse me armar.

Não falo da maternidade aos 19. Talvez antes. Em contexto. Sim, talvez. O fato é que envelheci  rapido demais e aos 29, não consigo me encaixar nem na juventude que me guarda cronologicamente, nem na velhice do sedentarismo. Sou alguém fora do meu tempo, agora. Mas quando antes estive nele, devidamente encaixada, efetivamente?

“.. não vou ficar reivindicando juventude...”, Gil diz. Também não quero. Olho com distância os adolescentes do meu tempo, os de 15, os de 20 e alguns de 30, os piores da espécie, a meu ver. Sinto-me contemporânea em muitos sentidos, assisto o jornal da meia noite e me encaixo na geração Y, pela instataneidade das informações que me perpassam e que tento agarrar de uma forma ou outra; mas ainda assim me sinto antiga.

E piora um pouco as coisas quando observo a minha música, minha literatura e devaneios, todos muito antigos, muito utópicos... e a minha nostalgia, muito própria, não me deixa nem fingir que estou errada...

O tempo é coisa valiosa... e pode ser desastroso não saber aproveita-lo. E sabe, sinceramente? A sabedoria de Gil me estapeia... e a mim, com cara inchada, só resta mesmo o refletir.. pra desobstruir, pra me tirar da confusão...

15 de agosto de 2011

Eis a questão.

Quando vc não sabe mais ser só amiga, mas também não quer ser namorada, vc quer ser o que afinal? 


Vc mesma. Mas com algumas doses de tequila e sexo, pra apimentar os dias... ficaria beeeem melhor.. rs

9 de agosto de 2011

Silêncio cortante...

Acho que estou um tanto desgastada de mim mesma. Sei que me cobro em demasia, sei que sou critica maior de mim mesma, mas tudo tem parecido tão enfadonho e essa cadeira, minhas pernas paradas, um não viajar que se acumula, palavras não ditas, outras tantas entregues, uma mediocridade que não me convém, que me desagrada, motivos inteiros, caretas, partidas... 

Me sinto sozinha dentro de mim mesma. Uma solidão criada e alimentada não sei porque, não sei como. Cansada de ser menos do que gostaria... eu não sei nem mais explicar... Só sei que levantar todas as manhãs e dirigir para o mesmo lugar já me causa uma gastrite aguda e me faz fraquejar inda mais pensar que.. isso não vai mudar... ao menos por enquanto... pois as possibilidades são rarissimas e muitas vezes mesmo tão proximas, precisam ser descartadas... 

Sempre fui tão profunda e em meio aos desatinos do cotidiano, das contas que se acumulam, das obrigações, dos horários estabelecidos, simplesmente me encontro rasa. Nem o apaixonar-se me dilacera como antes, apenas atrapalha, por chegar em hora imprópria e sobretudo, direcionado ao impossivel. Me sinto burra, instavel e o pior de tudo isso: hormonalmente equilibrada, nem há TPM como álibe... 

Que seja só uma fase. Um silêncio que passe, que dissolva o que não presta. 
Quero me encontrar novamente completamente apaixonada por mim mesma, pelo que sou, que construí. 

Me quero de volta, inteira e lasciva, porque minha vida fica uma merda sem mim...
Separar os lugares certinhos para casa palavra acontecer, preparar carruagem e partir para dentro, naquela inevitável viagem que há tanto tempo venho protelando... Encontrar-me, deduzir-me, refazer-me. Eis o objetivo do agora.

28 de julho de 2011

Quero acreditar no amor romântico, mesmo sabendo que ele não existe.

Esse texto não é novo, mas de repente ele coube muito no agora. Ou eu gostaria que coubesse, na verdade. Ou sei lá... 
Eu quero acreditar em todos os amores. Sou uma romântica incorrigível e quero muito ter um companheiro de verdade para dividir a vida. Alguém que confie, que admire e respeite. Alguém que goste de ler as coisas que escrevo, nas linhas e também nas entrelinhas. Alguém que conheça muitas músicas e que tenha por elas um apreço parecido com o meu. Alguém que chore à toa de vez em quando, que goste de ver o pôr do sol. Alguém que saiba parar para respirar antes de atirar suas pedras. Que entenda que a vida é feita de momentos e que cada um guarda sua eternidade.

Quero um companheiro que me bote no colo e saiba a hora certa de me tratar como mulher, como amiga e como pessoa. Que não tenha medo de dizer o que sente e que goste muito de sexo. Que entenda que as vezes eu só quero ficar sozinha mesmo e que isso não é tristeza. Que entenda de tpm, que saiba sair, que saiba ficar, que saiba sumir e reaparecer. Que me deixe a saudade, que me traga a presença. Alguém que não encasquete com besteiras e crie caraminholas do nada. Quero alguém que tenha seus ciúmes mas não me tenha como posse. Alguém que saiba se impor, que discorde de mim, que me abrace forte de repente.

Quero alguém que me surpreenda no meio do dia com uma ligação, uma mensagem, uma presença, me convidando para uma fuga inesperada, um passeio de barco, uma banho de mar… Quero ser surpreendida, quero saber que sou desejada, quero beijos sinceros e ávidos, quero sopros na nuca, mordidas no queixo, lambidas, sussurros, ventanias e tempestades.

Quero alguém pra brigar feio e depois acabar na cama, revertendo as fúrias. Quero fechar os olhos e saber que tenho porto. Quero navegar em outros mares e saber onde posso ancorar.

Quero olhares desafiadores e gargalhadas a dois. Quero desentendimentos e reconciliações. Quero olhares cúmplices, segredos, pecados e juras de amor. Quero ser pega de surpresa durante a fuga. Quero alguém que contradiga os meus nãos. Quero boas justificativas. Quero silêncios, quero gritos no escuro. Quero alguém que me mostre que vale a pena. Quero a luta justa e limpa e a partir dela, o desafio de continuar.

Quero acreditar no amor romântico, mesmo sabendo que ele não existe.

Quero acreditar e ter fé, pois só com ela vamos adiante. Se enxergássemos o mundo cruamente como ele é, seríamos suicidas em série e a vida já estaria extinta. A paixão e a fé é o que nos move no decorrer de nossas vidas. E quando somos mais de um, somos possibilidades. E eu acredito nisso. E quero alguém que também acredite nisso para confabular comigo embaixo das cobertas e fora delas. E eu vou acreditar até o fim, vou travar essa luta comigo todos os dias, mas não vou me deixar afogar no ceticismo que me ronda. Por isso sou mãe, por isso tenho amigos e por isso continuarei buscando meu parceiro de aventuras, meu álibe, meu homem. E eu vou encontrar. Ou não seria Isa Lorena.

19 de julho de 2011

Sabe aquela pessoa que sempre se apaixona pela mesma pessoa?

Pois é, prazer.

Passam anos, tudo muda. Brotam de nós novos sonhos, novas paixões, novas perspectivas mas basta estar lá para eu me apixonar novamente. E sabe? Depois de pensar, divagar, tentar achar razões, entendi que sempre será assim. Seremos sempre assim. E sabe que mais? Deixa assim que ta gostoso... rs

Ainda escrevo um livro sobre essa história...

9 de junho de 2011

"Sofrimento é privilégio dos que sentem."

Clarice Lispector

1 de junho de 2011

Siul'amor...

“Jamais pedi um beijo. Em menina eu os dava, simplesmente. Agora tenho remorsos desse beijo que pedi em vez de dar, e você me negou. Medo de ter perdido o ímpeto confiante de beijar. Me sinto, como escreveu Clarice Lispector, sozinha na noite de outra pessoa – uma outra pessoa íntima e estranha, feita de pedaços de você e de pedaços de mim.”

E cada vez que percebo o tempo que passa - para mim, para ti, entre nós - eu percebo o quanto há de unicidade nessa relação que é tão nossa e que eu não quero perder por um devaneio platônico. Por isso quero me afastar, mas não consigo. Quero armar ratoeira, mas só me capturo. Tento desviar de seu caminho, mas vc sempre me encontra. 

Então sigo com ah... bruta flor do querer... 

Arriscar um beijo, roubar sua lingua, te apertar nos meus braços, segurar-lhe na nuca e deixar que meus olhos te digam meus desejos antropofagicos mais secretos.... ai que vontade que dá... 

18 de maio de 2011

Eu pensei que fosse coisa para um dia só, ficar de mal de mim...

29 de abril de 2011

Tanta chuva que o bueiro engasga. Salvador está lá, alagada e aqui em Alagoinhas não está tão diferente. Mas, mais alagado está meu coração. Longe de pessoas que amam e que precisam tanto de mim neste momento.. Mas é isso. Vamos em frente. Estamos todos juntos, mesmo fisicamente separados.

...

18 de abril de 2011

Ah, o persorane..

"A grande contradição aqui diz respeito ao fato de você estar numa fase emocional mais recolhida, low profile, que dura apenas alguns dias, mas ao mesmo tempo sua vontade te convoca para agir mais no âmbito profissional. Como lidar com esta contradição? Não é difícil, se você entender que o momento envolve dedicação profissional, mas que mesmo assim você não deve perder de foco as suas necessidades familiares e emocionais". 

Pois é...

5 de abril de 2011

... Ou eu já cansei de acreditar... ou eu já cansei...

1 de abril de 2011

Ok. Pára tudo

Então que ontem eu voltei pra casa pensando numa coisa interessante que ouvi: “passei tanto tempo querendo transgredir e agora me vejo querendo coisas de gente normal, como casar, ter filhos e um emprego estável”. Ok. Pára tudo. O que é mesmo ser “gente normal”, e o que é mesmo transgressor hoje em dia?

Fiquei matutando sobre isso enquanto degustava minha cervejinha de final de dia... E lembrei que dentro do que penso e do que quero, compreendo as palavras Dele, o seu sentido de transgressão e o que quis dizer. Mas se analisarmos direitinho, podemos encontrar um montão de incongruências. Vejamos: Vamos desde já partir do principio Caetanesco de que “de perto, ninguém é nornal”. A gente já passou da pré-escola e sabe disso. Ok. Quanto ao casamento, no sentido literal da coisa, nada de pensar em convenções religiosas, papel assinado, nada disso. Casamento mesmo, parceria, respeito aos sonhos alheios, lealdade, companheirismo, união: isso sim é bastante transgressor, a meu ver, nos dias de hoje. Nesse tempo em que essas coisas parecem se perder tão rápido, onde a palavra tolerância vale mais do que respeito, onde o amor e o desejo se tornaram assuntos banais, diante da ilusão de que, porque falamos mais sobre isso, sabemos mais. Sim, temos mais informações, discutimos mais as coisas, mas, banalizamos muitos dos nossos melhores sentimentos. A idéia do casamento continua distorcida e as pessoas, num cômputo geral, continuam acreditando que uma aliança enfiada no dedo vale mais do que um olhar profundo, um beijo roubado, uma madrugada longa recheada de cumplicidade e outras tantas coisas que vagam como nuvens por aí...

O engraçado de parar e pensar efetivamente sobre tudo isso ontem foi perceber como eu também mudei no decorrer do tempo. E perceber ainda, que continuo transgressora e normal, cada qual com suas medidas. Entendo os medos Dele. Sinto tantas coisas parecidas... E sabe? Cansei de querer acreditar que nunca vou encontrar alguém que entenda o que digo, que não queira me enfiar num cartório para provar que lhe tenho amor, que respeite as minhas lógicas, que vibre por mim, que se saiba adorado e que me tenha como dupla dinâmica para as mais loucas empreitadas... Eu conheço alguns casais assim, aprendi a admira-los  e respeita-los, mesmo discordando de muitas coisas, mesmo analisando intimamente o que quero ou não tirar pra mim dali... Assim como conheço um montão de casal que poderia dar super certo, mas que se perdem justamente nessa idéia falsa de “normalidade”, que terminaram separados (mesmo que ainda estejam juntos) pela falta de diálogos sinceros ou mesmo por perderem tanto tempo querendo demonstrar ser o que não são, se perdendo em Eus variados, numa tentativa vã de agradar primeiro ao outro e não a ele mesmo... enfim. Eu decidi que quero acreditar. Acreditar que em algum momento haverá um parceiro pra brincar de montanha russa comigo. Sem medo de gritar e ficar descabelado, sem medo mesmo de ser bem feliz.E tomara que Ele não deixe de acrediatr nisso também...
"A qualidade guerreira de Marte se harmoniza positivamente com a sua vontade solar, de modo que este é um período bom para lutar pelas coisas que deseja".

Será? 

28 de março de 2011

Ariana torta, forever...

Parabésn pra mim! Que fiz 29 no dia 26 e redescobri muitos sentidos! Aê!!!!!!!!!

23 de março de 2011

"uma excessiva veemência na forma de se colocar poderá prejudicar um pouco os seus relacionamentos pessoais neste momento, afinal de contas poucas são as pessoas que gostam de lidar com quem se acha dono da verdade. Não que você se sinta assim, mas neste período existe uma firme tendência de colocar as coisas com "certezas" demais (...) Muitas vezes a gente não percebe, mas a nossa colocação verbal, a nossa forma de expor passa mais arrogância do que era nossa intenção."

... pelo menos o Personare me compreende né? rsrs

Bom dia comunidade!

Acreditar que é possivel, porque não?

O tempo urge.. Então vamos viver tudo que há pra viver. Vamos nos permitir! 

21 de março de 2011

Acorda, maria bonita...

Quando a gente guarda um segredo, bem lá no fundo, no fundo do peito, coisa forte e traiçoeira que faz a gente desandar... É bom ter cuidado, cuidado de sobra: entra pequeno, se instala e cresce, multiplica e te devora, faz sonhar em devaneios, não dá vontade de acordar... Mas guardar segredo é perigoso, há de se cuidar, seu moço! Começa a doer pequenininho, mas se explode lá por dentro, pode não cicatrizar...

18 de março de 2011

Só pra não explodir por dentro..

O que eu queria de verdade em relação a Ele?

ah porra.. sei lá.. que ele descobrisse que eu quero ser sua mulher.
ok. eu sei. Mas como vou falar? e pra quê, se já sei a resposta?

Eu sei que ele me ama, mas de um amor fraternal e nada mais. é grande? claro! E por isso decidi a muito tempo não mexer mais nisso, porque ter ele na minha vida com garantias estendidas é mais importante que tentar um love afair.

Tá. eu também não acredito tanto nisso. Mas eu preciso acreditar e aquietar meu coração. Não posso viver em sobressaltos por quem pouco se abala com a minha presença. Ou com a minha ausência. Sente falta claro. Os amigos sentem falta. Querem estar juntos também. Porra, vamos sair do óbvio?

Ele não me ama de amor romântico, pô. Nunca se apaixonou por mim. E eu também já não sou apaxonada como antes, tudo bem. Mas... é bem maior que tudo que eu consiga explicar. Só isso. Tudo isso, tá. Mas, e daí? Ele não quer, nunca vai querer. Então é melhor que eu esteja sempre partindo pra outras mesmo, preciso ocupar os espaços, porque não tenho nem empo pra viver devaneando né? me poupe...

Sim, eu também acho que até tenha um pouco de tesão. Mas ele não vai se permitir também, porque sabe que pode dar merda. Ele sabe que sou eternamente apaixonada por ele. Claro que sabe meu bem. Sabe que sinto ciumes, sabe que tenho desejos... Ele.. Cuida pra que isso não me machuque, eu acho. Porque gosta muito de mim. Sim. Mas não é apaixonado. Tendeu?

Eu também não sei o que quero com certeza. E quem sabe?????

Eu queria ele mais perto, queria que me olhasse com paixão... Que tivesse vontade de me beijar, muito, muito, por horas e horas.. que me desejasse, que sentisse minha falta, que pensasse em mim primeiro quando quissse dividir...

Nós temos um pouco disso. Mas como melhores amigos ou qualquer coisa parecida. E eu devia agradecer por ter isso e agradeço, entende? Mas seria maravilhoso ser mais que isso, ser a parceira, dormir com ele, jogar xadrez, ter dor na barriga de tanto rir por besteira e depois de ver juntos o nascer de mais um dia, ver os seus olhos nos meus olhos falando de amor à nossa maneira...

Seria o único a quem me entregaria por inteiro.
Será o unico pra quemnunca vou me entregar...
Eu faço dezembros em março...
... E samba e amor até mais tarde.

17 de março de 2011

.Colapso.

Para agora: Introspecção, reflexão e busca pelo entendimento das coisas que precisam ser transformadas.

Talvez seja a proximidade da lua com a terra.
Talvez seja o abalo com as imagens vindas do Japão.
Talvez seja o cansaço de trabalhar tanto com algo que não dê mais tesão.
Talvez seja a distância do abraço dos amigos verdadeiros.
Talvez seja saudade reprimida de planos frustrados.
Talvez seja a ausência de um beijo apaixonado.
Talvez seja o inferno astral antes do aniversario.
Talvez seja a falta de uma faxineira.
Talvez seja falta de chá de camomila.
Talvez seja solidão pulsante.
Talvez sejam as unhas sem fazer a mais de um mês.
Talvez seja saudade do mar.
Talvez seja medo do medo da entrega.
Talvez seja falta de uma noite inteira de sono.
Talvez seja a soma de todas essas coisas e outras tantas mais...
Mas a verdade é que me sinto a beira de um grande e assustador ataque de nervos.

Momento para harmonizar as crises. O grande ponto do momento é entender o que lhe desagrada e perceber como não é difícil resolver tais questões, com as atitudes apropriadas e justas.

16 de março de 2011

"A esperança é meu pecado maior"



Frase da Lispector que caiu como luva no meu hoje, de olhos maiores, de visão embassada, de trsiteza atravessada na garganta, de vontade de chorar quando não devo. 

Quero tanto mudar, sinto um impulso maldito. Mas lá no fundo, fica tão dificil acertar comigo o fim dos meus principios mais intrinsecos: respeito, solidariedade e despreendimento com o próximo. Próximos estes que já aprenderam o que insiste em desviar de mim: o egoísmo seco, que não se importa em esmagar o outro em detrimento de si proprio. 

Agora é melhor ficar quietinha, porque inferno astral parece muito com tpm. Tem sintomas parecidos, tem sensibilidade exagerada... Mas enquanto os anos passam e o tempo deixa suas marcas em minha vida, fica inevitável não perceber uma coisa que até já me disseram antes, mas só agora a ficha cai de uma vez: Quanto mais envelhecemos, mais emotivos nós ficamos... E para uma ariana em ascendente em câncer, me parece, Isa Lorena, há muitas coisas a aprender... 



15 de março de 2011

O meu amor...

Ele tem um sotaque dual, uma fonoaudiologia muito própria, algo entre a Bahia e o Rio, com palavras muito suas, com puxadas naturais. Tem manias de velho: coça a cabeça e fala sozinho, alma antiga desse mundo que me escolheu pra guardiã, sua mentora e parteira, mãe de muitos sins e muitos nãos.

Ele senta na latrina com uma pilha de revistas e conhece os seus cheiros e sua geografia, como toda gente sábia, que não acanha em mergulhar. Tem espírito de artista, olhar profundo, calma cativa. E respeita a si e ao mundo, cada coisa em seu lugar.

Ele come devagar, na sua manha de menino e reclama pra tomar banho, mas demora pra sair tanto quanto para entrar. Tem suas teimas, tem seus vícios, mas aprendeu a caotizar tudo e do alto da colina, aprender a repensar. Se reinventa, se descobre, gosta de fogueira e vela; filho de bruxa, neto de nobres, pensador de texto e rascunho, vive sempre a matutar.

Ele se chama Juanito. O Don Juan, o meu carlito, com suas gaiatices (pai)téticas, de gargalhadas pelo ar. Ele é feliz e me apaixono, dia a dia, plano a plano, grafias nossas, amor eterno, do mais profundo e dialético, que no mundo há de se inventar.  

14 de março de 2011

A
palavra
sai
repetida

Sufocada
pelo
engasgo
que
assola

Tudo
esmaece
à
solidão
pulsante

Que
tomada
louca

aflora

3 de março de 2011

Comunicação é tudo mesmo, minha gente!

            A grande lacuna entre pais e filhos está na comunicação, no diálogo, tão necessário para manter saudáveis as relações, qualquer que sejam elas. A maior parte dos pais comete o grande equívoco de acreditar que o diálogo só precisa acontecer no ápice dos problemas, encontrando, na maior parte das vezes, apenas o silêncio de seus filhos. Falo isso de um patamar de experiência própria, tendo sido eu, hoje com 29 anos e mãe de um mocinho de nove, uma adolescente problemática e rebelde, que apesar da educação excelente recebida, viveu por muitos anos à sombra dessa lacuna.

            Hoje, no plano de educação estabelecido para o meu filho, o diálogo está na base do todo, no centro das atenções. Conversamos sobre tudo, desde as travessuras na escola, os imensos detalhes do cotidiano, até as questões mais complexas, como a relação humano-corpo, humano-humano. Além de aprender muito com ele, me sinto muito mais pronta para resolver os problemas quando eles aparecem, porque problemáticas não surgem do acaso: percorrem caminhos suntuosos, até desabar no mar da dúvida que atormenta e causa angústia.

            Não acredito na irreversibilidade das coisas, ou melhor, procuro não acreditar. Assim, me assumo uma otimista quase ingênua da humanidade. E grande parte desse acreditar, sem dúvidas, vem do fato de ser mãe. Porque sempre que penso em desistir – e não são poucas as vezes que esse pensamento chega sorrateiro – é ele quem vislumbro à frente. Portanto, resolvi escrever sobre isso, porque todos somos filhos e alguns de nós, pais. E não me venham com o velho papo de que “se conselho fosse bom seria vendido”, porque essa desculpa estritamente egoísta e capitalista nunca me foi muito digesta e se queremos de fato um mundo melhor para nós e para aqueles que nos precederá, precisamos sim, botar pra fora o que sabemos sobre o mundo, para somadas as experiências, buscarmos as melhores soluções, seja qual for o contexto.

            Sendo assim, convoco todos a pensar sobre isso. Um bom papo em casa diminui consideravelmente a necessidade de uma busca posterior aos profissionais especializados para isso. Longe de mim acabar com o ganha pão dos psicólogos, analistas e afins; quero antes alertar é para a não-necessidade para tantas buscas por terapias, muitas vezes solicitadas por aqueles que não têm a quem recorrer perto de si. São alguns e não todos os casos, obviamente. Mas são muitos. Atualmente, podemos perceber, se observarmos um pouquinho, que paralelo ao boom tecnológico que vivemos, onde estamos cada vez mais inseridos em novas redes de sociabilidade, isolamo-nos em mundos construídos para nossos egos e permanecemos à espreita do todo. Ora, será que toda essa solidão pulsante não tem um precedente? E será tão difícil assim compreender que esse precedente pode estar lá atrás, nos confins de nossa infância e/ou juventude?

            Crianças não nascem sabendo se comunicar. Isso soa óbvio, mas não o é, na prática. Nós, pais sobretudo, precisamos aprender a aprender. E isso não é lá muito fácil… Porque enquanto enfrentamos o mundo apenas como filhos, vivemos nossas problemáticas nesse grau hereditário, pois somos “as vítimas” enquanto os pais são “os culpados”. Invertendo o jogo, muitas máquinas quase pifam.  Mas a observação constante do comportamento e a leitura possível de fazer das atitudes e contrários, nos levam a um conhecimento sensacional sobre eles e sobre nós mesmos. Quando uma criança mente, por exemplo, uma coisa tão típica na primeira infância, o que podemos fazer além de repreender? Conversamos. Elas não entendem, muitas vezes, suas próprias atitudes e nós somos os mediadores dessa história, pois estamos num processo constante de plantação e colheita com relação a eles e ao mundo. Precisamos ir e voltar com informações que parecem pequenas num primeiro instante, mas que serão extremamente pertinentes quando eles passarem a ver o mundo sem ter a nós como filtros. E engana-se, como eu me enganei tantas vezes, que esse olhar solitário deles para o mundo chega numa idade mais avançada apenas; ela acontece desde sempre, e se potencializa muito cedo. E a gente que tenha jogo de cintura para manter o equilíbrio em todas as negociações!

            E esse é o gostoso da empreitada. Se vc, mamãe e papai, estabelecem como hábito o diálogo, ele será sempre o movimento precursor de todas as situações futuras, mesmo na inevitável ‘aborrecência’, que graças a Tupã, passamos todos nós, pois ela é essencial para os binóculos que seremos no futuro. Sejamos mais atentos aos nossos rebentos, nós, seres inverídicos do século XXI. Vamos acabar de uma vez com esse escasso paradigma que insiste em repercutir, onde as crianças não têm vontades. Elas têm e muitas! E nós, temos uma compreensão melhor sobre os limites cabíveis, as vias de organização dessas vontades; Temos a experiência para indicar os caminhos, a paciência para escutar as repetidas versões, o carinho para viabilizarmos os sonhos, segurando os pezinhos lá no chão. Sem maiores divagações espiritualistas, é bom acreditar que fomos escolhidos por elas, afinal, para guiar melhor os seus caminhos. Portanto, vamos fazer isso com a verdade da palavra expressa, olho no olho, ouvidos atentos e força para o imprevisível que sempre vem.

 

28 de fevereiro de 2011

Minha casa, metáfora de mim

“A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, 
é a representação exata e fiel do nosso mundo interior”.  

Viajei ao ler essa frase no Non-Stop da Martha Medeiros, pra mim uma das melhores cronistas da atualidade.. 

Daí parei e mentalmente percorri a minha casa e me vi sorrindo ao constatar que, de fato, muito me assemelho a ela. Com meus tiques estéticos, percebo que cada coisa tem seu canto e que os mimos recebidos pelos amigos ao longo da vida, são os objetos de decoração mais recorrentes, junto aos livros que se espalham pela casa e os quadros e as frases que percorrem as paredes.

Fotografias dos queridos, muitas caixinhas, velas, revistas, brinquedos; a mesa de Juan para os trabalhos com a massinha de modelar. Toda a casa fala muito de mim e dele também, já que sua decoração prevalece tanto quanto a minha, num jogo híbrido de identidades expostas, prontas para serem apreendidas pelos olhares mais atentos que eventualmente nos visitam.

Ah, que delícia perceber isso! Então me lembro de todos que já passaram por lá, sobretudo aqueles conhecidos desde a infância, que mal botam os pés pra dentro e já na primeira vista exaltam um “nossa, é a sua cara!”. E parece mesmo. 
 
Tem aqueles cantinhos bagunçados, desorganizados à minha maneira; tem as garrafas de vinho vazias, que não consigo jogar fora; tem os quadros inacabados, reivindicando suas tintas; tem vasos retangulares de plantas, que servem para guardar as revistas; tem a árvore pintada na parede da sala, com seus galhos surreais florescendo cores; tem a lâmpada queimada do quartinho do fundo, esperando ser trocada e mais um milhão de pequenos detalhes, que num exercício contínuo de denotação, são a minha mais perfeita tradução.

Nossa casa, caverna acesa, é muito mais que um lugar onde a gente come, dorme ou vê televisão. Nela plantamos muito de nossa personalidade, mesmo sem se aperceber, mesmo sem querer ou de mansinho... Pode até parecer rima boba só pra terminar o texto bonitinho, mas nossa casa está muito além de ser apenas nosso ninho.

24 de janeiro de 2011

Vamos comer Caetano?
Vamos decifra-lo...

20 de janeiro de 2011

Eu tô super inquieta com esse blog. Pra variar né... Porque se for fazer um apanhado de quantos posts eu deixei clara essa angústia desde que o poéticas é o poéticas, voilá, perdemos as contas... Eu dei umas mexidas, criei umas páginas, ainda inúteis, mas vou, dou voltas e chego no mesmo ponto: esse blog especificamente não tem um porquê especifico a não ser jogar no ar pensamentos soltos, do dia a dia, da vida, dos meus eticéteras. Nada de especial. Apenas eu, pensando alto. Não chega a ser uma poética, é muito mais cotidiana...

Mas eu chego lá com ele. Porque quando penso em me desfazer do blog me dá uma dó e eu já sei que não vou fazer o que não quero. Leio por dia uma cacetada de blogs e me deparo com uns que tem proposta semelhante à esse e eu fico com aquela invejinha sabe? porra, Isa, taí como é simples e vc complicando...

Aprender a dizer sutilmente o que é impublicável; trazer pra cá as reflexões da madrugada que são jogadas num cosntante no papel; fazer daqui um cantinho interessante, porque reunir amigos é um troço gostoso que eu adoro; e me jogar mesmo, sem medo de ser 'filiz'. é isso...

19 de janeiro de 2011

Isso nem é post, né?

Não sei se exausta seria a palavra certa pra denominar como ando me sentindo, mas meu corpo não sabe definir-se de uma forma mais cabível nesse instante. Me vejo cada vez mais acuada a redefinir meu modo de vida e por mais que haja um descompasso entre o querer e o poder, sei que posso melhorar tudo isso, mesmo que aos poucos, mesmo que naquela das doses homeopáticas, coisa e tal. Trabalhar 12, 14 horas por dia está acabando comigo. de verdade. E eu tenho até vergonha de me lamentar, porque ieu escolhi ser jornalista nessa porra, então agora é conciliar as consequencias mesmo. Ou na verdade isso nem seja uma lamentação. É só um desabafo mesmo... E sabe? O que me incomoda não é efetivamente trabalhar tantas horas por dia. Juan se estivesse lendo isso agora me chamaria atenção pra isso, certamente. O que me incomoda muito, sobretudo nos últimos anos, é dedicar tantas horas a uma coisa só. E o pior: ver outros projetos correndo na marginal, como moleque que espera a hora certa pra saltar dentro do trem. 

Assim o é. E não me agrada. 

E eu ainda tenho uma mania burra de me meter a fazer milhões de coisas ao mesmo tempo, achando que o mundo pode acabar amanhã - e ele pode mesmo né - e eu morro de medo de ir embora e não fazer o que quero, o que planejo... e me orgulho de, ao menos, não reter ideias, já que sei que não posso dar conta de todas. Daí uma brincadeira que adoro é solta-las no ar, esperando ansiosa que alguém as apanhe - e adote. 

Foi assim na faculdade, na época do tcc. E até hoje lembro dos meus professores queridos sugerindo abrir uma barraquinha de ideias... rs 

Noas lembranças que acalmam um tantinho... Mas volto à realidade lembrando que preciso mesmo é de mais disciplina, enquanto simultaneamente me cobro menos, fazendo mais. 

Eu sabia o que me esperava quando optei por essa vida. Mas continuo sonhando alto, com jornadas reduzidas de trabalho para os outros e tempo livre de forma expandida para mim. Pra curtir minha casa, ouvir mais musica, ver mais filmes, estar mais com meus amigos, cozinhar e sobretudo, sair pelo mundo com Juan de guia. Eu só peço a deus um pouco de malandragem... sacomé?