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12 de dezembro de 2011

Balada do amor inabalável...

As palavras vêm à boca, mas escorregam pelos cantos e esvaem obscenas, com medo de gritar o que desejam. E só oscilam e me enfraquecem, à medida que se escondem, que provocam calafrios intempestivos, involuntários... As palavras são meu rito, meu olho aceso, minha paixão, minha loucura, minha Iansã ensandecida, que não aceita a covardia de esconder-se, submersa, oculta, fria. O calor, minha fissura, aquela boca, olhos, corpo, a sua fala, o gesto, o louco, tudo nele me provoca. Meu menino, meu Xangô, alma minha, meu pedaço. O que faço? Tão perdida... Se me afasto, me procura, se me mostro, se afasta; um duo contínuo, o sangue pulsa e a tristeza me persegue. Ser tão sua, logo eu, tão incerta, independente e altiva: perto de você eu perco o sono, longe de você, perde graça a minha vida...

“É força antiga do espírito
Virando convivência
De amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar
E não pensar em nada...”