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8 de outubro de 2010

Revelar-se

Eu sou uma dama de copas. Uma mulher que bebe vinhos à meia-noite e à meia-lua, flutua dentro de si mesma. Eu sou a própria lua flutuante tantas vezes... e noutras, sou um poço fundo à procura de baldes- e procuras - que o signifique.

Meu corpo está vivo e essa nem é uma certeza, veja bem... Tudo está povoado de dúvidas e isso é lindo. Crescer e multiplicar idéias, querer sempre mais, sempre menos. Buscar sempre medidas, antes ou depois dos atos. depende dos signos, dos contextos, das considerações...

Buscar sentidos.

Eu sou aquela que dança, aquela que apreendeu o discurso de Smetack e também não vê no fim da fala o início do silêncio. Uma boêmia de alma, de coração.

E para todo silêncio, um grito antes. Um grito dos galos que tecem amanhã de João Cabral de Mello Neto. Um grito unissono, que sai de segundo em segundo, de dentro de mim.

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