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26 de novembro de 2009

"Eu não sigo o fluxo, faço o caminho que me parecer mais justo"

Sempre achei que, ao vir pra cá, pra alagodé – na verdade, indo pra qualquer lugar longe de minhas raízes efetivas -, passaria a escrever mais. Mais na verdade ainda, acreditava que o isolamento me faria uma escritora mais assídua de mim; acreditava que desse modo, visitaria meus sentimentos com maior freqüência, ou melhor: que ao visita-los, colocaria no papel as descobertas.

Desde que vim pra alagoinhas minha escrita livre diminuiu bastante. Apesar de ter nesse blog um espaço facilitador desse processo, há escritos que não cabem aqui e que, portanto, vão parar noutro lugar. Mas a gaveta está vazia. Ou melhor, não há gavetas...

Eu sou muito severa comigo mesma. Quem conhece bem sabe disso. E essa é uma batalha travada há tempos entre mim e eu mesma. Porque não vale a pena ficar me desgoelando para acertar mais. Como diz minha mãe, basta olhar pra mim e ver que as conquistas estão aí, chegando e vindo, mais e mais... Mas há aquela tristeza que o Besouro identificou como não sendo exatamente minha, dentro de sua visão espírita da vida. Ele pode estar certo. Ou não. O que sei é que é a insatisfação que move o humano. É ela que nos impulsiona a ser melhor do que somos, a buscar um amanhã mais promissor, a encontrar novas saídas.

O fato é que preciso escrever mais. Aqui e fora daqui. Mas preciso também entender que além de estar com o tempo tomado por outros textos – escrevo cinco, seis matérias por dia! – tô sem computador em casa e mais que isso: estou numa casa sem nadica de nada, exceto água, desodorante, creme de cabelo – essencial para os meus cachos – e um colchão de ar. Não posso ser tão cruel comigo mesma né?

Não vejo a hora de arrumar minha casinha. E principalmente fazer um quarto lindão pra Juan, um atelierzinho pra gente fazer arte e um escritório bacana, pra que eu possa trabalhar ouvindo música, tecendo palavras sem ter fim, compondo muitos rocks rurais.

Não tem carneiros e cabras pastando solenes no jardim ainda e o silêncio das línguas cansadas ainda não povoou a casa, porque meus livros ainda estão em salvador... Mas a casa já me permite ficar do tamanho da paz. Terei mais calma durante a caminhada. Palavra de escoteiro.

Um comentário:

  1. Caio F. de Abreu falou um dia: "Algo sempre nos falta, o que chamamos de Deus, de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. Sentir sede faz parte. E atormenta".
    Então, não sofra, essa sede é saudável, você apenas deu um time da literatura ficcional e mais profunda que ta acostumada, mas eu estou adorando esse outro lado. É bom demais ler você, de qualquer forma. Bjoooo neguinha!

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