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3 de janeiro de 2010

E algum veneno anti-monotonia...


As vezes penso que queria me apaixonar de novo. Mas não é lá uma vontade tão verdadeira, é mais um impulso, um querer descabido, uma carência de sentimentos pra expor.

Faz tempo que não me apaixono. Faz tempo que alguém não mexe de verdade comigo, me arrancando mais que suspiros, mais que desejos... Faz tempo que não sei o que é fechar os olhos e pensar em alguém. Faz tempo. E essa lacuna as vezes incomoda, porque me faz sentir um vazio que racionalmente não há.

Se apaixonar é bom pelo colorido que empresta à vida, pela leveza, pelos novos ângulos. Mas traz também angústia e dor e um vazio real, no depois certeiro. O que sinto falta mesmo é daquelas paixões cegas, da ingenuidade da coisa... Hoje isso é quase impossível de acontecer. E essa certeza é bastante triste, pra mim, no auge dos meus 27 outonos apenas...

Passear de mãos dadas, passar um dia na cama, dormir abraçado uma vez por semana, cagar conversando, Tomar banho de mar, filosofar putaria, sair com a galera, rir junto, chorar também, ver o pôr do sol em silêncio... Eu sou uma pessoa privilegiada sabe? Porque todos os meus namorados, sem exceção, foram maravilhos. E não foram poucos. Todos carinhosos, atenciosos, uns amores. Mas foram grandes paixões. Não apenas, mas não mais que isso... E agora eu sinto que já é hora de amar, de brigar e voltar, de compreender, de ter mais paciência, de ficar pro café da manhã. Mas não é fácil...

Dificulta mais ainda saber que não há tampa certa, metade de laranja, entre outras baboseiras. Nesse mundo superpovoado eu devo ter no mínimo umas 10 mil almas gêmeas. Somando mu tempo de vida com trabalho, afazeres domésticos, amigos e vontade de viver, não vai dá pra nem conhecer a quarta parte disso. Quanto mais comer, apaixonar e amar. Ou seja: a metade da minha cara eu viro e olho no espelho mesmo.

Mas sim, eu quero acreditar sim. Ultrapassar o ceticismo e acreditar que ainda vou me apaixonar e mais que isso, vou dividir e multiplicar e tecer uma boa parceria. Quero acreditar. Mesmo com esse risinho irônico e bobo que me toma agora...

Bem, enquanto o amor não vem, e vou ficar aqui com o meu Pós Tudo: 50 anos de cultura na ilustrada, livrão lindão que comprei ontem e que devoro agora. O resto, e continuidade.

Um comentário:

  1. Fulô, eu respondi ao seu comentário lá na parte de comentários do blog mesmo. Estou mudando de hábitos (rs).

    Quanto ao amor, ele só vai aparecer mesmo de onde você menos esperar. Não é sempre assim?

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