Eu tentei. Tentei ser menos densa, escrever mais objetivamente e não falar de mim, principalmente. Mas eis que surge o impulso e de lá pra cá – um lá não absoluto, por favor não insista pra que eu cuspa datas -, simplesmente compreendi que não há como exaurir de mim a minha essência maior, de ser dramático. Pois é.
Por essas, por outras e por nenhuma coisa é que declaro o retorno do poéticas em sua essência. Sou eu de volta, Isa Lorena, vomitando prosa poética pra todos os lados, como quem com febre espreita a morte, como quem deseja alinhar-se ao mundo antes do último suspiro. É o que fica de mim. É o que sou, na construção de ser.
Estamos cá em setembro, quase outro ano já. Resolvi mudar o poéticas de endereço como quem corta o cabelo na esperança de com ele renascer. Queria um blog de curtas, quase mudo o nome dele, inclusive. Mas depois desses dias que passaram, eu olhava para cá e só gostava da estética estrutural, com esse vermelho brutal a introduzir o assunto. E então eu percebi que não adianta inverter o curso do rio com uma tora de madeira, porque inevitavelmente suas águas ultrapassarão o obstáculo, escondendo-o em seu leito como se vareta fosse.
Deixa eu me dizer. E como canta a Mariana Aydar tão gostosamente, “Deixa o verão pra mais tarde”. Já sou concisa demais no dia-a-dia trabalhístico, já tenho cá um blog só de contos picantes, outro só de indicações de outros blogs, uma tentativa de pequenos ensaios sobre cultura e um de ficção. Então eu conversei comigo e decidimos juntas, a Isa e a Lorena, que faríamos deste um blog descompromissado, um acolhedor de textos em seus estados primitivos, o cuspe, o catarro da palavra rasgada sem medo, o lugar do espasmo, da falta de regra, do desfecho inesperado, das frases inacabadas; essa poética cotidiana, enfim, que nos toma de gole mesmo.
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